Microfones da aldrabice

Exmos senhores,

Creio que já me conhecerão, uma vez que já vos enviei algumas missivas, embora ainda hoje aguarde resposta, mas volto a apresentar-me: chamo-me João Ferreira e sou adepto e sócio do Futebol Clube do Porto. Como sou uma pessoa transparente, que não mente, não inventa, não aldraba, vou ser claro e por todas as cartas na mesa: não gosto de jornalismo sensacionalista e faccioso, não gosto da Cofina, não gosto do Correio da Manhã. Da minha parte nunca receberão um cêntimo, nem que não houvesse um único rolo de papel higiénico em Portugal. Também informo já que não sou o maior fã do Presidente do Futebol Clube do Porto nem da sua maior claque, os Super Dragões, nem pactuo com actos de violência e vandalismo.

Agora que os dados estão lançados, gostaria de vos dizer que tudo o que se passou ontem é unicamente culpa vossa. E é culpa vossa porque vocês são o pior órgão de comunicação social de Portugal. O Diabo, o Crime ou a revista Maria são mais fiáveis do que vocês. E a mentira estão tão enraizada em vocês que enganam desabrida e descaradamente sem qualquer pingo de vergonha. Ontem, a vossa jornalista Tânia Laranjo, depois de vários metros a importunar o Presidente do Futebol Clube do Porto, que está no seu direito de não querer prestar declarações à comunicação social foi de encontro a um poste. Algo comum a quem não vai atento ao seu caminho. Tudo isto não passaria de um vídeo viral nas redes sociais, que até vos traria alguma publicidade gratuita, não fosse a referida jornalista ter de imediato começado a apregoar em directo para a televisão que tinha sido empurrada por Pinto da Costa. As imagens são claras e evidentes, não houve qualquer empurrão. A vossa jornalista mentiu. Descaradamente, à vista de todos. E quem mente é mentiroso, que foi o que Pinto da Costa lhe chamou. E quem diz a verdade não merece castigo.

Tudo o resto, o roubo do microfone, não sendo bonito, é uma consequência das vossas práticas pouco éticas e correctas. É um acumular de situações, de mentiras, de aldrabices, de invenções - a propósito, Gareth Bale já assinou pelo Sporting? - que fazem qualquer um perder a paciência. Como se não bastasse, ainda se arrogam de publicar um comunicado pleno de insinuações, que não visa nada mais do que incendiar e desviar as atenções das tristes figuras que vocês fazem em prol de um suposto jornalismo que só existe nas vossas cabeças, uma vez que a forma de actuar apenas pisa, suja e envergonha o verdadeiro jornalisto, justo, imparcial e factual. Nesse mesmo comunicado, pedem a actuação do Estado? E porque não pedirem a intervenção do Estado para garantir que o código deontológico do jornalismo seja respeitado? Porque não passarem a ter uma atitude que visa informar e não chocar, mentir e humilhar? Porque não adoptar uma postura séria e respeitadora que vos garanta que haja menos microfones a nadar com os peixinhos num qualquer lago?

Costuma dizer-se que quando alguém quer ser respeitado, tem que se dar ao respeito. E enquanto o Correio da Manhã basear a sua actuação no escândalo e não na realidade, na mentira e não na verdade, nunca será respeitado por ninguém que não sejam pessoas à procura do último romance de celebridades ou de ver uma qualquer moça descascada nas páginas do vosso jornal. Costuma dizer-se que quem brinca com o fogo queima-se, seja esse fogo de um Dragão ou de outro ser vivo qualquer. E diga-se, o Correio da Manhã tem a sua reputação bem queimadinha...

Com os melhores cumprimentos,

João Ferreira

Bater no fundo

A expressão "bater no fundo" entrou no léxico dos portistas quando Pinto da Costa a usou para descrever o estado a que o Futebol Clube do Porto havia chegado após perder em casa com o Tondela. Daí para cá, o Porto ainda perdeu a final da taça de Portugal, trabalhou mal na pré-temporada, foi eliminado da taça de Portugal e da taça da Liga, embora aqui tenha sido o futebol português a bater no fundo, e está a 6 pontos do primeiro lugar. Na última AG, questionado sobre se não nos continuávamos a afundar depois de "batermos no fundo", Pinto da Costa referiu que isso acontecia porque, para si, o fundo do Porto era muito alto. Foi das coisas mais inteligentes que o nosso Presidente disse nos últimos anos.

Hoje, o Futebol Clube do Porto conseguiu enterrar-se um pouco mais. Hoje batemos no fundo de novo. Se o Tondela nos fez bater no fundo desportivamente, hoje o clube enterrou-se na lama ao nível da moral e da decência.

Foram públicos os actos de vandalismo na madrugada do último domingo em imóveis ligados a Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, Adelino Caldeira, vice-presidente do Clube e administrador da SAD e Alexandre Pinto da Costa, filho do Presidente, comissionista de profissão e com um passado de negócios com o Benfica. Concorde-se, ou não, com as mensagens escritas, aquilo não deixou de ser um acto de vandalismo que, com certeza terá sido denunciado às autoridades. No entanto, isto não dá direito ao clube para ter o comportamento deprimente que hoje teve nas redes sociais. Para quem não viu, o clube publicou o vídeo da câmara de segurança do escritório de Adelino Caldeira que mostra um indivíduo de cara tapada a escrever na parede do edifício frases contra a direcção do Porto. Ao mesmo tempo, e num comportamento digno de um qualquer regime ditatorial, acusou o dito indivíduo de não ser portista. Eu sinceramente, não faço a mínima ideia do clube do "escritor de paredes". Não o conheço, não sei quem é e, como tal, não me sinto capaz de fazer esse julgamento. Para piorar, o referido post acusa o indivíduo de estar a fazer isto para dividir os portistas.

Ora, ou o clube tem conhecimento de informações que não divulgou, ou isto não passa de uma sessão de lançamento de areia para os olhos. O que é triste. Os dirigentes do Futebol Clube do Porto insistem em tentar manipular a opinião dos seus adeptos. O Futebol Clube do Porto pertence aos sócios, não é uma monarquia nem um negócio familiar, e os seus sócios têm o direito de ser tratados com todo o respeito e elevação e não como burros a quem se dá a palha que se quer para comer. Qual seria a lógica de um adepto rival querer mudar as coisas no Porto? Porque não deixar esta ruinosa gestão desportiva e financeira continuar? Por acaso algum portista fez alguma coisa para desestabilizar as gestões de Manuel Damásio, Vale e Azevedo ou Godinho Lopes? Claro que não. Para quê travar a decadência de Benfica e Sporting? Se esses clubes se estavam a matar, fomos lá salvá-los, ou ficamos a assistir deliciados?

Já agora, acusar o vândalo dos desenhos de querer dividir os adeptos do Porto é, também, um perfeito disparate. Já se percebeu que os dirigentes do Porto querem unanimismos, querem o mínimo de ruído e contestação para não serem julgados mas, o único portista que recentemente divid


iu os adeptos foi Jorge Nuno Pinto da Costa quando distinguiu os "verdadeiros portistas", os das claques, dos outros.

Que o clube repudie estes actos de vandalismo, estou de acordo. Infelizmente preferiu-se atacar o mensageiro e não a mensagem. Até lá, o clube assobia para o lado e ninguém se responsabiliza pelo negócio Depoitre e por se ter contratado Nuno, que ainda deve andar a festejar o facto de não termos sofrido golos contra o poderoso Paços de Ferreira, bem como ninguém explica a debandada de quadros de topo do clube nem o que anda Alexandre Pinto da Costa realmente a fazer no clube.

O que fica evidente é que os nossos dirigentes andam pouco confortáveis com a crescente onda de contestação. Anda alguém com o rabo bem trilhado e, como se costuma dizer, quem tem cu tem medo. De qualquer forma, e mesmo que esta conversa sobre traseiros o propicie, por uma questão de boa educação, vou coibir-me de comparar a actual gestão do Futebol Clube do Porto com fezes. Valha-nos a inteligência dos portistas a criticar esta trapalhada toda. Por alguma razão Goebbelsiana os comentário ao vídeo no Youtube foram desactivados.


O que realmente se passa com a arbitragem


Como se sabe há árbitros profissionais e árbitros não profissionais. E os árbitros são muito bem remunerados. Um árbitro consegue facilmente ganhar 20.000 euros brutos só a apitar em Portugal. Os melhores, recebem mais de 40.000 euros, fora os rios de dinheiro que auferem quando são nomeados para jogos internacionais. A isto acrescem as significativas ajudas de custo, apoios vários, como equipamento de treino e despesas pagas. É por isso natural que os árbitros tenham ambição em ser melhores, em ser promovidos a internacionais. O rendimento que obtêm ao serem árbitros de primeira categoria permite-lhes ter uma vida muito mais confortável, permite-lhes ter boas férias, dar melhores condições de vida aos filhos, etc. E se há árbitros que não precisam de da arbitragem para viver, como Pedro Proença, outros há que possuem empregos mal remunerados ou estão até desempregados.




É assim, compreensível que os árbitros façam tudo o que estiver ao seu alcance para obterem boas classificações e subirem na carreira. O problema, e aqui está a chave da questão, é que não são as melhores arbitragens que garantem as melhores notas e os melhores jogos. Há imensos factos que o demonstram. Comecemos por Marco Ferreira. Há duas épocas atrás, Marco Ferreira apitou duas derrotas do Benfica e, numa delas, teve o desplante de expulsar Luisão. Foi despromovido. E se tivesse sido justamente despromovido, não haveria nada a dizer, mas repare-se, o mesmo Conselho de Arbitragem que o despromoveu nomeou-o semanas antes para arbitrar a final de uma taça. E nunca, por muitos erros que cometa, Marco Ferreira seria pior que Bruno Paixão, por exemplo. Continuemos com Manuel Oliveira, árbitro que estará desempregado. Em agosto foi nomeado para arbitrar o Benfica-Vitória de Setúbal. O jogo acabou empatado e, de facto, o árbitro cometeu alguns lapsos. Foi directo para a jarra uns tempos e, desde então, passa mais tempo a arbitrar na segunda liga do que na primeira, recebendo menos dinheiro por isso. Por outro lado, Jorge Sousa. No final de novembro arbitrou um polémico Boavista-Guimarães, marcando um penalty quando uma bola rematada a menos de um metro bateu no braço de um jogador do Boavista. Nada lhe aconteceu e foi nomeado, poucas semanas depois para o Benfica-Sporting. Quando a bola ressaltou para a mão de Pizzi e depois de uma mão para a outra, nada lhe aconteceu. Mas analisando os dois lances, percebe-se que o árbitro foi incoerente. Num deles cometeu um erro muito grave, mas nada lhe aconteceu. O mesmo aconteceu a Bruno Esteves que, 3 dias depois de fechar os olhos a um penalty escabroso sobre Maxi Pereira no Porto-Marítimo foi arbitrar o Tondela-Boavista.

Neste momento, o Conselho de Arbitragem não promove os melhores árbitros e pune os piores. Promove os que ajudam o Benfica e prejudicam o Futebol Clube do Porto. E os árbitros, por mais honestos e imparciais que sejam, sabem disto e são afectados por isso. Mesmo que não façam de propósito, o seu subconsciente funciona e, na dúvida, apitam sempre contra o Porto e sempre a favor do Benfica. Só assim se percebe os inúmeros recordes de jogos sem penaltis contra e sem expulsões que o Benfica tem.

Era no Conselho de Arbitragem que os dirigentes do Futebol Clube do Porto se deviam focar, e não nos árbitros. É para o Conselho de Arbitragem, onde pontifica João "pode ser o João" Ferreira, que o Porto se deve voltar. E não é no Facebook, no Dragões Diário ou através do director de comunicação. São os dirigentes que têm que dar a cara, secundados pelo treinador, que se deve preocupar mais em defender os interesses do clube do que com castigos.


Recomenda-se a que vejam também o programa de ontem (dia 4/01/17) do Porto Canal, o Universo Porto onde se falou deste tema e dizem as verdades também.

Quanto às supostas pressões ou agressões que "membros dos SD" que supostamente estiveram na Maia, no centro de treinos dos árbitros, importa também dizer:

- Fontelas Gomes é o presidente do conselho de arbitragem
- O conselho de arbitragem fica em Lisboa
- O presidente do conselho de arbitragem testemunhou o que aconteceu entre adeptos alegadamente do FC Porto, e o árbitro do próximo encontro.

A primeira pergunta é: Quem avisou o presidente do conselho de arbitragem que isto ia acontecer, para que este se encontrasse no local certo, a hora certa, de forma a ser a única testemunha deste caso?  Ou é só outra coincidência?