O balão que enche e esvazia, enche e esvazia

Ontem viveu-se uma noite negra no Dragão. Um Porto apático, desinspirado e, acima de tudo, mal dirigido transformou, em 90 minutos, um apuramento quase certo para a fase seguinte da Champions League, numa altamente provável eliminação e passagem para a Liga Europa.

Já é mais que óbvio que Lopetegui tem imensas dificuldades em por o meio-campo a render condignamente, situação que só é disfarçada pela enorme qualidade de André André que, sozinho, ocupa um espaço imenso. De facto, com os extremos totalmente presos à linha e dois médios de caracterísitcas defensivas, sobra sempre André André para acudir à esquerda, à direita, à área e atrás. A verdade é que André vai levando a dele avante e tem sido o nosso jogador mais importante. Mesmo quando joga na ala é ele o único capaz de criar desequilíbrios.

Ontem, Lopetegui, resolveu poupar André. O problema não está aí. O Porto tem sete médios, que custaram muitos milhões e que deviam apresentar uma qualidade de jogo muito superior. Estamos a falar de três internacionais A portugueses (Danilo, Ruben Neves e André) e um mexicano, Herrera e três internacionais pelas camadas jovens dos seus países, Sérgio Oliveira, Imbula e Evandro. E ainda tem Brahimi, internacional argelino ou Corona, internacional mexicano, perfeitamente capazes de desempenhar as funções de médio mais
atacante.  O problema está no facto de se trocar André por um médio de características defensivas, sem qualquer aptidão atacante. Resumindo, actuámos com três médios defensivos e o meio-campo foi um buraco gigantesco.

Depois, as substituições foram todas ao lado. Só André acrescentou algo de relevante à partida, mas tirar Maxi e mexer em 75% da defesa para travar Yarmolenko com um central, quando o problema se resolvia com o apoio de um colega a Layun é patético.

Lopetegui, ontem, foi o pior da partida. Foi pior que o displicente frango de Casillas ou o penalty absurdo de Imbula. Foi por Lopetegui que perdemos o jogo. Mais uma vez, no momento da verdade, baqueamos, algo que já começa a ser normal. Baqueamos no Dragão frente ao Sporting para a Taça, na Luz, na Choupana quando podíamos morder os calcanhares ao Be
nfica, no Restelo em mais uma exibição absurda que garantiu o campeonato ao Benfica. O Porto é um balão que enche com duas, três ou quatro vitórias e depois esvazia rapidamente com desastres como o de ontem. O Porto não é uma equipa consistente, que inspire confiança. Pelo contrário, parece, quase sempre, um desastre prestes a acontecer.

E isto leva-nos a um outro ponto. Lopetegui tem muita culpa, mas não a tem toda. Quem manda, os senhores da SAD, têm de perceber que gastar muito dinheiro não basta para ganhar. Antes de mais é necessário ter atletas que realmente queiram jogar no Porto, que tenham qualidade para jogar no Porto e que não cheguem cá já a pensar no salto para outro lado qualquer. É também necessário que os atletas venham e joguem porque fazem falta e não para fazer o favor ao comissionista A, ao empresário B ou ao administrador C. Para todos os efeitos, da última vez que peguei no meu cartão de sócio, dizia lá que eu era sócio do Futebol Clube do Porto e não do Doyen Futebol Clube ou do Unidos ao Simonian. Andamos há vários anos na palhaçada, a cometer erros atrás de erros, a ter planteis desequilibrados e a esbanjar dinheiro. Não fosse o famoso golo do Kelvin, e muito pior estaríamos.

Nós, os adeptos, só temos é que andar atentos e apoiar a equipa. Seja no estádio ou no pavilhão (e quando falo em ir ao pavilhão pressuponho entrar para ver o jogo e não ficar à porta a vender bilhetes na candonga), na medida das nossas disponibilidades. O que não podemos é fechar os olhos e comer a palha que insistem em dar-nos de comer, como se fôssemos uma manada de burros.

Relatório de Empréstimos - 10/11/15


Em destaque esta semana está Kelvin que volta a por os pés no relvado 9 jogos depois. O herói do Dragão leva estatísticas impressionantes (pela negativa) e jogou apenas 119 minutos nos últimos 26(!) jogos, sendo que o seu último jogo a titular foi a 16 de Julho e para a Copa do Brasil, o equivalente à Taça de Portugal. Na realidade vê-se que foi mais um empréstimo que visou apenas despachar o jogador sem haver preocupação quanto à assiduidade do jogador em campo e isso pode dizer o suficiente daquilo que o FC Porto espera dele no futuro: nada.
Também no Brasil, o outro destaque da semana vai para Walter, que voltou a marcar para o campeonato e já lá vão onze na temporada. Este jogador tem uma situação de empréstimo especial, já que não tem qualquer contrato com o FC Porto, apesar de o clube reter ainda uma percentagem do seu passe (15%) e estando o Fluminense em dívida (2,5M€) relativamente a uma parcela do passe vendida.
Gonçalo Paciência voltou a mostrar porque é um potencial avançado para o futuro tanto do FC Porto como de Portugal e assistiu para o empate precioso da Académica no terreno do Estoril. O avançado já mostrou faro de golo em várias ocasiões, mas neste caso a sua criatividade e a sua capacidade de partir para o duelo individual vieram ao de cima e mostraram a versatilidade deste jogador.
Por último, Braima Candé voltou a marcar pelo Mirandela mostrando um gosto pelo golo anormal num defesa central, apesar de estar no Campeonato de Portugal Prio (antigo Campeonato Nacional de Seniores). A situação deste jogador já foi aqui mencionada e o que interessará saber no final da época é se este empréstimo foi uma colocação de última hora, sem cabimento, num patamar inferior ao que o jogador mereceria ou se realmente o "roubo" ao Sporting serviu para pouco mais do que tentar irritar alguém (?) e o jogador não tem qualidade para o FC Porto.
Quanto a suspensões e lesões: Fidelis cumpriu castigo frente ao Leixões devido a ter visto o 5º amarelo, Fabiano lesionou-se e falhou o jogo da Liga Europa (na qual tem sido titular) e o jogo seguinte da 1ª Liga Turca. Descobriu-se também que Mikel Agu esteve lesionado desde que chegou ao Club Brugge e apenas agora começou a treinar e por isso é que não soma qualquer minuto. Ainda lesionados continuam Adrián López, Abdoulaye Ba e Licá.
Confiram, a seguir, as estatísticas completas no relatório assim como as imagens dos destaques da semana.



Golo de Walter:
Assistência de Gonçalo Paciência:

Relatório de Empréstimos - 03/11/15


A meio desta semana Hernâni estreou-se a titular pelo Olympiakos num jogo da Taça da Grécia frente ao Platanias, marcando os dois golos da sua equipa e sendo claramente o melhor em campo. O primeiro surgiu num livre direto e o segundo num nada habitual cabeceamento na marcação de um canto, empatando o jogo nos descontos. Já no fim de semana, Hernâni voltou a ser importante, entrando ao intervalo e fazendo o cruzamento que iria dar o golo que desbloqueou o jogo frente ao Veroia, não podendo no entanto ser considerada uma assistência.
Ivo Rodrigues voltou a estar em destaque esta semana, pois foi o mais inconformado no empate a zero do Arouca frente ao V.Setúbal, tendo lhe valido o rótulo de melhor em campo. E se Ivo esteve bem no ataque Ricardo Nunes impediu que fosse marcado qualquer golo, assinando assim o 4º jogo da época sem sofrer golos. Kayembe esteve também em destaque pois assistiu para o golo solitário do Rio Ave que deu a vitória frente ao Nacional, num cruzamento de pé direito.
Em jogos a eliminar, de destacar a eliminação do Atlético Paranaense, de Walter, na Copa Sul-Americana, competição continental da América do Sul e a passagem aos 1/4 de final da Taça da Liga Francesa do Nice e Stade Rennais, de Ricardo Pereira e Quintero respetivamente.
Os ausentes nesta semana foram Tiago Rodrigues e Josué por castigo relativo às expulsões da semana passada e Licá que se lesionou dias antes do jogo do V.Guimarães. Adrián López continua lesionado (e foi submetido a cirurgia - ver aqui) assim como Abdoulaye. De regresso esteve Fidelis Irhene que voltou a jogar pelo Portimonense fazendo 14 minutos na derrota pesada frente ao Famalicão.
Não deixem de ver o relatório completo assim como as imagens dos principais destaques da semana.


Golos de Hernâni (1:11 e 3:08):

Jogada de Hernâni (0:04):

Assistência de Kayembe: