Um mal menor




 Num filme tantas vezes visto no ano transacto, o Porto entrou no jogo com o limitador de velocidade. Não demoraram a aparecer os clichés pré-champions a justificar a falta de concentração e entrega mas o que é certo é que à imagem de Barcelos, perdemos mais 2 pontos contra um adversário mediano. A 1ª parte foi de sentido único e não fosse a já referida falta de ambição, o Porto chegaria com uma vantagem folgada ao intervalo.

 Vítor Pereira, que já começava a calar alguns críticos, voltou a borrar a pintura. Se o 11 inicial trouxe mais uma vez a excelente rotatividade, a 2ª parte foi uma ode ao disparate. Quando decidiu mexer na equipa e numa altura em que se exigia técnica e velocidade, decidiu dar músculo ao meio campo abdicando do velocista Atsu e não aproveitando a criatividade de James no miolo. Nuno Espírito Santo aproveitou o flanco e o empate surgiu com naturalidade num lance em que o ditado popular "No melhor pano cai a nódoa" assenta que nem uma luva.

 Qualquer adepto estaria já frustrado por conceder o empate perante um adversário tão mole e a desvantagem no marcador assumiu contornos de pesadelo, que acabou por trazer aquele sabor de mal menor quando Jackson cabeceou para o empate.

Num campeonato onde temos a obrigação de ganhar todos os jogos insistimos em manter a fraca concorrência a sonhar.

Notas:

Sinal Mais:

Jackson Martinez: Entrega, polivalência e eficácia. Nota-se que ainda não está em sintonia completa com a equipa mas isso não o inibe de procurar jogo e de não falhar quando o adepto assim o exige.

James Rodriguez: Não merecia isto, tentou sempre pegar no jogo e mais uma vez mostrou que a ala não o intimida. Não fez mais porque o treinador decidiu amarra-lo quando o jogo pedia o número que enverga.

Sinal Menos:

Vítor Pereira: Mal nas substituições e no discurso. Não deve enumerar apenas os erros dos jogadores quando as coisas correm mal.

Maicon: Imperdoável, inocente. Um jogador com as suas responsabilidades não pode falhar daquela maneira. Catapultou a equipa para uma morte anunciada.



O que falta para atingir a dimensão europeia?












(imagem "gamada" ao Reflexão Portista. Clique para ampliar)


Quem é adepto do nosso está habituado a perder, época após época, alguns dos melhores jogadores que na temporada anterior se destacaram, seja pelo contributo que deram, seja pelos títulos conquistados.

Ora, numa matéria onde a SAD tem sido exemplar para os restantes clubes europeus devido aos grandes encaixes financeiros que tem realizado, será que poderia ser possível conservar os melhores jogadores? E que equipa teríamos nesta altura?

Para responder à primeira questão, teremos, muito provavelmente, de falar nas bases do futebol português, ou seja, o mercado português não é, actualmente, atractivo para os grandes patrocinadores mundiais investirem devido à sua dimensão. Relacionada com esta premissa, está directamente associada a capacidade de investimento das equipas portuguesas que, comparando com as formações de topo europeias, continua a haver uma distância muito assinalável.

A única forma de fortalecer a equipa de forma sustentada seria participar em competições que gerem receita (p.e. Liga dos Campeões, campeonato espanhol, etc) e que, ao mesmo tempo, motivem os grandes jogadores a ficar durante um maior número de épocas no nosso clube.

E que equipa teríamos se não vendessemos os jogadores que já passaram pela equipa principal, juntamente com os actuais? Para não retroceder demasiado no tempo, farei este 11-inicial, a partir das vendas da época 2007/08... 

Helton - Danilo - Pepe - Bruno Alves - Álvaro Pereira - Fernando - João Moutinho -
Anderson - Lisandro - Falcão - Hulk

Depois de uma análise às vendas ficaram de fora jogadores como Lucho, Hugo Almeida, Cissokho, Quaresma, James, Raul Meireles, Ibson, Paulo Assunção, Bosingwa, etc... 

Torna-se absolutamente evidente dois factores:  
  • podemos sentir orgulho nos jogadores que passaram por aquela casa;
  • com este plantel, estaríamos, nesta altura, a disputar a Liga dos Campeões e até, quem sabe, uma Liga Espanhola;-)

Para terminar, a análise a este 11 inicial (haveria certamente outros grandes jogadores que ficaram de fora) torna, particularmente, evidente que caso o FC Porto jogasse numa liga mais competitiva, com o nosso nível de scouting teríamos plantel para lutarmos regularmente pelo titulo europeu. 


Drogba da Caparica



O mercado de transferências está, finalmente, encerrado. Em Portugal, em França e até na Rússia! Justiça ou falta dela nesta disparidade de datas, o facto é que ficamos privados de um dos nossos melhores jogadores.

O Incrível saiu para um campeonato onde o dinheiro das matérias primas naturais impera e fala mais alto na altura de chamar atletas de nível mundial.

Ficamos privados de um avançado difícil de substituir mas temos no plantel opções viáveis para tentar minimizar os estragos desta perda mais ou menos inevitável e até previsível.

Com as saídas do Djalma e do C. Rodriguez, ficamos limitados a 3 extremos de raiz: (já ficou provado inúmeras vezes que o James é nº 10) 

Atsu - Tem sido aposta regular do nosso treinador que lhe tem dado sucessivas provas de confiança ao colocá-lo na equipa titular. Contudo, está ainda numa fase de aprendizagem e de ambientação à realidade do FCP;

Iturbe - Estranho é o mínimo que se pode dizer da situação desta promessa argentina. Chegou a Portugal rotulado de craque mas rapidamente se eclipsou, ficando regularmente fora dos convocados. Tarda em aparecer e a mostrar aos adeptos do que realmente é capaz. Será esta a época de afirmação?

Varela - É um caso especial. Há 2 épocas atrás foi fundamental na conquista da Liga Europa. Na época passada teve exibições menos exuberantes e, portanto, menos aparições na equipa. Contudo, no que à seleção de todos nós diz respeito, é um jogador talismã. No Euro 2012 deu-nos a vitória contra a Dinamarca e, no último jogo em Braga frente ao Azerbaijão, serviu de "abre latas" para uma ineficácia que se estava a tornar problemática e insustentável. É, portanto, a escolha mais natural e consensual para substituir o Incrível no tridente ofensivo da equipa.

Por último, deixo no ar a ideia de que, quando o mercado de transferências voltar a abrir para o mercado de inverno, é imperativo contratar/promover mais um extremo. De preferência um jovem português. 

E já agora, a vossa opinião: será que o nosso clube tem necessidade de se reforçar no ataque, ou os jogadores que temos à disposição são suficientes para atacar todas as frentes em que o nosso clube está envolvido?


Saída de Hulk, Liga dos Campeões e os 'quatro-a-zero' ao Beira-Mar

Para 'comemorar' o regresso dos posts vamos falar sobre três temas básicos que aconteceram neste mês de Setembro.

Saída do Incrível



O Agosto passou e já muita boa gente - incluindo ele próprio - acreditava que o Hulk ia ficar, pelo menos, mais uma época.

A verdade é que, infelizmente, isso não se tornou realidade e ele neste momento está a jogar por um clube qualquer da 'chechénia'.

Pelos vistos, o Hulk foi vendido por 60 milhões de euros, detendo o Porto 85% do seu passe, tendo assim uma receita líquida de 40 milhões de euros, descontando comissões, direitos de formação e prémios ao atleta.

O negócio não foi mau, mas perdeu-se um ídolo e não há dinheiro que pague isso. Para não falar que tudo indica que, como aconteceu com o Lucho em 2009, o FC Porto precisava de dinheiro e, deste modo, 'empurraram' o jogador para sair. Para ser ainda mais similar com o caso do Lucho, já agora, espero que um dia também regresse.


Liga dos Campeões: D. Zagreb 0-2 FC Porto



No regresso do Porto à Champions, a equipa mostrou-se dominadora mas muito pouco aproveitadora.
Com a ausência de Fernando, por lesão, Vítor Pereira fez avançar, sem surpresa, Steven Defour, enquanto Miguel Lopes ocupou o lugar de Danilo na lateral direita.

O D. Zagreb perdia constantemente bolas à entrada da sua própria área e ninguém conseguia aproveitar isso. O guarda-redes croata até ofereceu um golo ao Jackson mas, pelos vistos, marcar de baliza aberta é para meninos.

No entanto, o jogo ficou marcado pelo ato de honra e profissionalismo do eterno Lucho. No mesmo dia em que soube da morte do seu pai, ele simplesmente pediu para jogar e até marcou! Respeito, muito respeito.

Por fim, aos 90+2, Defour finalizou a partida marcando um bom golo, após uma jogada de contra-ataque bem conduzida por Atsu.

De notar também foi quão bonito o FC Porto se vestiu nessa noite. Este equipamento totalmente branco, com riscas cinza e detalhes em azul é, na mina opinião, um dos mais bonitos dos últimos anos. Eu pessoalmente gostei bastante.

Infelizmente, este equipamento foi criado, pelos vistos, para ser usado apenas neste jogo e não vai ser vendido em loja alguma.

Mas o que sobra em beleza no equipamento falta em profissionalismo e comunicação no clube. Ninguém sabia da existia deste suposto 3º equipamento. Continuo à espera do melhoramento no marketing... e já mudei de cadeira muitas vezes.

Liga Portuguesa: FC Porto 4-0 Beira-Mar



Na minha opinião, foi o melhor jogo que o FC Porto fez nos últimos tempos. Finalmente os jogadores entraram logo com vontade de marcar golos e isso foi comprovado com os bastantes lances de perigo nos minutos iniciais.

O James jogou no lugar que sempre desejou, a 10. E que craque! Joga, faz jogar. Marca, dá a marcar. Um fenómeno.

Sem estar a destacar sempre os do costume, destaco o grande golo marcado pelo Jackson (esperamos mais golos do gênero), a grande exibição do Alex Sandro (muito certo tanto á frente como atrás), a sempre não muito vistosa mas bem conseguia exibição feita pelo Varela (não é um Hulk mas continuo a achar que é um elemento importante no plantel) e a boa entrada que o Iturbe teve no jogo.

Vencemos, vencemos bem finalmente.

Tendo em conta que o Benfica não passou no exame em Coimbra, o FC Porto vai assim isolado no 1º lugar com 2 pontos de diferença.

Segue-se o Rio Ave. 

Ganhar continuará a ser o objetivo. 

Desculpa.

Este post é curto, directo e sincero.

Este post é para ti, que nos segues diariamente, e que temos desiludido dia após dia com a nossa falta de actividade. Eu, André Oliveira, como fundador e responsável pelo blog, peço-te desculpa. Falhei.

Enche-me de vergonha ver que mesmo depois de 15 dias sem colocar nada aqui, tu continuas a voltar religiosamente cá, e a voltar, e a voltar, e a voltar.

A verdade é que a motivação de outrora já não é a mesma. Mesmo assim, como tu bem sabes, a paixão fala mais alto...

Isto não é o Mística, e o Mística não vai acabar assim. Tu sabes bem que não.

Paramos para pensar, reagrupamos as tropas, reorganizamos a estratégia e estamos prontos para a batalha.

Preparem-se, porque Mística está de volta.

Um abraço a todos, e um beijo para o Djaló.


Com James e sem James...



A terceira jornada da liga portuguesa, coloca os adeptos do FC Porto a experimentar os três "sabores" da equipa, um por jornada:
  • 1ª jornada, partida com o Gil Vicente: acredito e espero que vá ser o pior jogo do nosso clube no campeonato. Sem intensidade, sem dinâmica, sem agressividade, jogamos 10 minutos.
  • 2ª jornada, partida com o V.Guimarães: subimos as linhas, pressão constante no portador da bola, dinâmica interessante entre extremos, médios e laterais...foi um excelente jogo da nossa equipa.
  • 3ª jornada, partida com o Olhanense: um misto entre as duas partidas, onde tanto fomos "amorfos"M, como houve alturas onde encostámos o Olhanense "às cordas".
Olhando para o jogo de ontem, rapidamente se retiram três conclusões: a equipa, quando não tem Fernando, sobre muito. E, atenção, considero que o Defour fez um excelente jogo...Pelo contrário, o Fernando coloca em défice permanente o primeiro passo, tendo de baixar o Moutinho e/ou Lucho para iniciar o processo de ataque. O ideal seria ter o Fernando, com maior capacidade de "ter bola".

Com Danilo e Alex Sandro a equipa ganha maior capacidade de penetração nas alas, embora tenha de ter atenção aos espaços nas costas, tendo os centrais que estar permanentemente em compensações. Aliás o primeiro golo do Olhanense nasce de uma subida do Alex Sandro...

A terceira conclusão é a mais clara de todas: quando James decide jogar, não se escondendo do jogo e assumindo-o, torna-se influente e decisivo no jogo da equipa (na posição 10), tendo os defesas contrários de se preocupar com mais elementos no ataque tornando-o imprevisível.

Destaques individuais:
  • James Rodriguez -  excelente jogo de James Rodriguez. O golo é de uma execução dificílima visto que nem sequer deixa a bola bater no relvado, executando a seguir ao dominio de peito. O passe para Jackson Martinez é magistral e que demonstra a qualidade de um jogador. Terá de melhorar nos aspectos defensivos...
  • Moutinho - está com a confiança em alta e quando assim é, torna-se decisivo nos equilibrios defensivos e ofensivos da equipa. Ainda bem que o Tottenham não o levou porque é absolutamente decisivo.
  • Maicon - fez um grande jogo, impetuoso no jogo aéreo, torna-se fundamental quando os equilibrios defensivos ficam em risco pela velocidade com que vai "buscar" os adversários nas costas.  
Por fim, como nota final, a parceria Moutinho - Hulk promete futebol de excelente qualidade:) 
Aquele pormenor, do Alex Sandro, que dá o 3ºgolo do FC Porto, é absolutamente delicioso...

P.S. - Nota final para a equipa de arbitragem e do Olhanense! A primeira pactuou com entradas duras do capitão do Olhanense, do Maurício e afins! A segunda foi uma desilusão porque teve a agressividade muito acima da média depois de ter estado em vantagem!