Quero o meu Porto de volta - a história do eucalipto

Mais um ano passado e, se nada de anormal acontecer, mais um ano a seco no Futebol Clube do Porto.

O meu Porto, o Porto que me habituei a amar está moribundo. E está moribundo porque, para além do desastre desportivo que está à vista de todos, há também um tremendo descalabro financeiro e, principalmente, uma tremenda crise de valores, em que o Portismo foi amarfanhado e pisado foi metido num saco e atirado ao rio Douro.

Sendo certo que este campeonato fica indelevelmente marcado pelo já famoso polvo, que tal como o original de nome Paul, também "adivinha" resultados, mas que ainda tem a capacidade de os determinar e fabricar campeões, o Futebol Clube do Porto tem um outro problema - o eucalipto. Como sempre me ensinaram a olhar para mim antes de olhar para os outros, vou, temporariamente, esquecer o polvo e os seus tentáculos e concentrar-me no eucalipto.

O eucalipto é uma árvore que, por sugar toda a água que encontra, tem tendência a secar tudo à volta. É o que acontece no Futebol Clube do Porto actualmente. O eucalipto acomodou-se ao poder, está confortável com todos os benefícios que obtém com esse poder e está mais preocupado com os outros eucaliptos e eucaliptozinhos do que com o clube. Para tal, o eucalipto secou tudo à sua volta. O eucalipto permite que funcionários do clube insultem e ameacem adeptos nas redes sociais. O eucalipto desrespeita os sócios, dividindo-os em sócios de primeira e de segunda, oferecendo todos os benefícios aos de primeira e ignorando os de segunda. O eucalipto seca toda a oposição à sua volta, remetendo-a a um silêncio quase tão grande como o seu quando as coisas correm mal. Por muito que o polvo tenha muitos tentáculos, não foi o Conselho de Arbitragem que contratou Lopetegui, a Cartilha que escolheu José Peseiro ou a Comunicação Social que anunciou Nuno Espírito Santo como o nosso salvador, só para citar alguns exemplos. Foi o eucalipto.

Se o Futebol Clube do Porto quiser voltar a ganhar, precisa de lenhadores para deitarem abaixo uma floresta demasiado grande de eucaliptos, de interesses e de compadrios. Até lá, tenho duas certezas, por um lado, o meu Porto nunca mais volta, por outro, o estádio do Eucalipto é cada vez mais uma miragem.

 photo anuncio.jpg

 photo anuncio.jpg

2 comentários

  1. Bateu-se no fundo. Conviria que os portistas de bom senso transmitissem ao eucaliptal que terminou uma era. Urge afugentar os bajuladores, oportunistas, mansos e símios, auditar as contas, responsabilizar e começar de novo.

    ResponderExcluir
  2. Gostei muito da comparação com o eucalipto. Acho muito adequada. O Pinto da Costa foi o maior e melhor dirigente de todos os tempos em Portugal, mas chega a uma altura em que é preciso avançar e é melhor fazê-lo de uma forma digna e inteligente do que esperar que haja uma queda da cadeira...

    ResponderExcluir