Algum dia tinha de ser


Ontem não deu para ver o jogo completo. Vi só partes, e do que vi, não gostei. A verdade é que já há alguns jogos a esta parte que temos vindo a fazer más exibições, mas temos compensado essa falta de qualidade exibicional com alguma sorte. Ou seja, temo-nos safado.

Ontem não. Felizmente, era para a Taça da Liga e não perdemos 3 pontos, tal como o Salvio disse.. :))

P.S. - Individualmente falando, queria apenas deixar uma nota para o Walter. Já na altura da sua contratação referi que este jogador era um desafio que ultrapassava o lado desportivo. Neste 2º aspecto, Walter tem sentido algumas dificuldades para jogar no ritmo europeu. Está muito lento, parado, mas a verdade é que não é um jogador vocacionado para jogar em 4-3-3, sozinho no meio. Aliás, contra o CSKA Sofia jogou ele e o Falcao, em 4-4-2, e viu-se a diferença. Quanto ao aspecto extra-desportivo, até agora apenas há (felizmente) a registar uma desconvocaçãozita no Aeroporto, portanto, nada de mais. É esperar para ver..

Fica a Crónica d'OJOGO:

Desligados da corrente pelo herói conhecido
ALCIDES FREIRE

O que começa tem sempre um fim e ontem chegou o ponto final para a esta série de jogos sem perder do FC Porto, que fica para a história por ter durado 36 partidas. Mas, por consequência, também acabou a estreia sem derrotas de André Villas-Boas, que ainda não conhecera esse amargo sabor desde que vencera o Benfica na Supertaça, no início da época desportiva. O registo fica então nos 26 encontros a somar pontos e um troféu. Números que saltam para a ribalta na sequência da derrota de ontem, na primeira jornada da fase de grupos da Bwin Cup e que tem consequências no futuro próximo da equipa. Consequências práticas e uma outra mais teórica. Antes de mais, obriga os portistas a vencerem as duas outras partidas desta fase da competição - em casa do Gil Vicente e depois na recepção ao Beira-Mar -, num outro patamar, os dois golos de Anselmo terão feito soar o alarme entre o plantel. E, neste caso, Villas-Boas pode vir a agradecer o momento da primeira derrota e suspirar de alívio pelo facto de a perda de pontos não ter consequências na classificação da I Liga. É uma acha para a fogueira, mas ainda assim parece incapaz de incendiar os rivais do FC Porto no campeonato.

O feito de derrotar o FC Porto pertence ao Nacional, a glória fica para Pedrag Jokanovic, o quarto treinador da equipa madeirense a vencer em casa dos Dragões, desde um 2-1 em 1991/92, ainda no Estádio das Antas, era Manuel de Oliveira o técnico. Ora, o que fica bem no currículo do sérvio são esses dois pormenores deliciosos dos golos da reviravolta terem sido marcados por um suplente lançado no jogo momentos antes e da assistência do golo da vitória pertencer a outro jogador colocado na partida pouco antes. Anselmo - pela terceira vez marcou e derrotou o FC Porto - e João Aurélio ficaram assim ligados a um triunfo que chegou a parecer pouco provável ainda antes do FC Porto chegar à vantagem no marcador.

O jogo não começou bem para os portistas. Culpa própria, porque apenas incluíram a velocidade de procedimentos nos extras da segunda parte, passando os primeiros 45 minutos à espera do que vinha parecendo inevitável esta época, um golo e consequente vitória. O Nacional esfregou as mãos, mas pouco mais fez, porque também não se revelou perigoso, apesar de dois lances em que tanto Diego Barcellos como Skolnik podiam ter definido melhor. Do mesmo pode queixar-se o FC Porto, ainda que neste caso a maioria das tentativas de fazer golo fossem remates de meia distância. Facto comprovativo: só por uma vez Bracali defendeu - todos os outros seis pontapés acabaram atrás ou ao lado da baliza do Nacional.

André Villas-Boas fez as contas e enquanto não chegou o intervalo, onde poderia passar melhor a sua mensagem, ensaiou o que ia fazer na segunda parte: recuou João Moutinho para trinco e esperou que o médio desse ideias que Guarín não é capaz de ter quando joga tão recuado. A ideia era boa, mas precisava da tal velocidade de procedimentos que só os segundos 45 minutos trariam.

A ironia da melhoria do FC Porto traduz-se no nome do maior beneficiário: Guarín, sério candidato a melhor em campo se Anselmo tivesse ficado pelo banco do adversário. Mais perto do ataque - ou mais longe do início do processo criativo - a força do colombiano foi o poder que levou os portistas à vantagem do marcador por volta da hora de jogo. Um penálti e um golo, de Hulk, com sabor a justiça ante um Nacional que perdera a noção do espaço onde estava a baliza de Kieszek. Haveria de a descobrir de uma forma quase acidental. Na frente do marcador, jogo controlado, os portistas pareciam estar, uma vez mais, confortavelmente instalados no comboio da invencibilidade. Tão confortáveis que nem terão dado excessiva importância às alterações decididas por Jokanovic e que, em nome da verdade, pareceram apenas meras tentativas de refrescar unidades: Orlando Sá por Anselmo, Skolnik por João Aurélio, Diego Barcellos por Pecnik...

Mas, um erro clamoroso do guarda-redes do FC Porto, Kieszek, e dois golos em seis minutos tiveram a virtude de tornar as decisões de Pedrag Jokanovic providenciais. Afinal, foi o primeiro a derrotar Villas-Boas. Devia valer um póster.

in OJOGO

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