Aquando da vitória na final da Liga Europa, a comunicação social sedenta de um qualquer motivo que pudesse de alguma forma causar sombra em mais um ano de glória azul e branca, lá se encarregou de encontrar 3 pseudo-motivos: o jogo foi fraquinho, o Sapunaru devia ter sido expulso e não havia bandeiras portuguesas na celebração
Os dois primeiros não pegaram, mas a questão das bandeiras ainda causou algum burburinho, de tal forma que André Villas Boas achou necessário festejar a conquista da Taça de Portugal com uma bandeira às costas.
Antes de mais, é normal nestas celebrações que os jogadores estrangeiros tragam a sua bandeira, precisamente porque são estrangeiros e querem mostrar que o bom filho não esquece a sua casa. Já os jogadores nacionais têm tendência a não levar bandeiras, porque o seu clube representa o seu país.
Como tal, não me choca absolutamente nada que os jogadores Portugueses não tivessem levado a bandeira com eles. O Porto é (para tristeza de alguns) uma equipa Lusa, e como tal Portugal está implícito. Já a bandeira Portuguesa que o André levava na final da Taça de PORTUGAL, parece-me um perfeito absurdo, até porque não vejo a necessidade de perder um segundo que seja para agradar a patrioteiros de meia tigela, imprensa da treta e a comentadeiros que não interessam a ninguém.
Dito isto, preocupa-me a quantidade e a diversidade de bandeiras estrangeiras que por ali apareceram.
O Porto de Mourinho reuniu o que para mim é a verdadeira essência do Portismo. Classe, garra e... Portugueses.
Essa equipa maravilhosa foi um orgulho para nós, mas também para os Portugueses. Foi a base da Selecção Nacional, mesmo contra as cunhas de um seleccionador fanfarrão e incompetente, foi uma equipa Tuga que falava Português Europeu.
O onze inicial que venceu a Liga dos Campeões e a Taça UEFA tinha apenas 2 estrangeiros, 3 se contarmos com o Deco.
Esta equipa não. Esta equipa tem 2 ou 3 Portugueses no onze inicial (Varela vai e vem), e um deles usa a bandeira de Cabo Verde. Todos os Portugueses do plantel juntos não dão para fazer um 11, porque são apenas 7… e ao que parece este número arrisca-se a descer ainda mais, ao falar-se das saídas de Rolando, Beto e Ruben Micael.
O onze inicial que venceu a Liga Europa tinha 3 Portugueses...
Quero que o Porto ganhe, quero que o Porto seja o melhor... mas também quero que o Porto seja Português.
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Para mim, quem leva a camisola do Porto vestida já leva o maior símbolo nacional ao peito e no corpo. Por isso, bandeiras ? Bandeiras é para se por nas janelas, como quando o Scolari pediu. A minha bandeira principal é a do Porto e é essa que tenho no meu quarto, não a de Portugal.
ResponderExcluirQuanto à última reflexão que fazes, concordo. Também eu gostaria de ver um Porto mais aportuguesado. Um Castro no meio campo em vez do Tomás Costa (que agora se fala tanto que pode voltar) é o maior exemplo. Mas também temos que saber ver que portugueses vale a pena ir buscar. O Moutinho é um bom exemplo. Custou o que custou mas valeu bem a pena. Não vejo muitos mais portugueses capazes de pegar de estaca na equipa do Porto. O Castro conseguiria com mais oportunidades. O Beto sem dúvida, se o Helton não estivesse na melhor fase da carreira. O Sereno surpreendeu-me bastante e também pode ter lugar mais vezes.
No campeonato, além do Fábio Malcriadão talvez só o André Santos do Zbordem fosse uma boa aposta para o Porto neste momento.
Talvez se a Visão 611 servisse para mais alguma coisa que não atirar areia para os olhos, se visse mais portugueses no plantel ...
Compreendo a preocupação e acho que, como acontece comigo, irá para além do FC Porto e se estende ao futebol nacional. Porém as regras estão assim definidas, largas, e como tal não se pode exigir nada.
ResponderExcluirAchava bem era que a lei Bosman fosse revogada ou que fosse criada nova regra ao nível do futebol mundial ou pelo menos europeu.
Nada de mais que 10% da constituição de uma equipa com jogadores estrangeiros. Passava-se assim para um máximo de 3 jogadores estrangeiros/equipa... mas isso é impossível. E com o futebol a ser cada vez mais uma indústria em vez de ser só desporto então mais impossível se torna. O dinheiro tornou-se no mais importante do futebol. Basta ver os exemplos recentes disso e que ilustram bem o que eu digo e o que diz o post: Chelsea, Manchester United e City, Malaga, Mourinho(que desde que saiu do FCP só vai para onde lhe dão milhões para ele e para comprar jogadores caríssimos), Ronaldo, etc...
Quanto à questão das bandeiras, como disse num comentário num qualquer outro blog Portista que não me lembro agora qual, isso foi uma merdice atirada pelos sabujos do costume para tentarem roubarem um pouco do brilho do FC Porto nessa conquista europeia. Bastava que fizessem uma pergunta a esses sabujos pacovios sempre "vestidos" de vermelho encardido: Que bandeira era aquela que estava em todo o estádio, repetida às centenas, de cima a baixo, a todo à volta do estádio e por fora e por dentro dele?
Eram centenas se não mesmo milhares de bandeiras no Estádio de Dublin e eles achavam que eram preciso mais duas ou três para quê?
Nelson, não sei como ficou essa questão mas o Platini tentou implementar a regra do 6+5, isto é, nos onzes iniciais de cada equipa deveria haver no mínimo 6 jogadores nacionais. Não sei até que ponto seria ético limitar as escolhas de um treinador a um número. Era bom reduzir às importações mas sem limitar um treinador. E é que se esta regra do 6+5 fosse para a frente estou mesmo a ver o descalabro no Emirates, no Meazza, na Pedreira e por aí ....
ResponderExcluirO Porto 'e portugues.
ResponderExcluirPor muito que gostaria que o Porto tivesse mais jogadores Portugueses, os outros não teem como queixar! Excepto o Sporting que até tem bastante Portugueses.
ResponderExcluirAlguém sabe da única "grande" equipa Portuguesa a não ter 1 único português num jogo? Benfica. Conseguiu, com o Flores, substituir um Português por um espanhol, o único Português que estava a jogar...
Mas por via das dúvidas toda a gente sabe: "O que é Nacional é Bom!" é um slogan para vender bolachas! Se não existe Portugueses com qualidade para o Porto, arranja-se estrangeiros. Não vamos ficar com trepos só porque são Portugueses!
@Polppa, a questão não é tanto se há clubes melhores ou piores em Portugal ou lá fora, e sim a minha forma pessoal de viver o clube.
ResponderExcluirA verdade é que nunca o Porto - ou o campeonato - esteve tão pouco Português, e tenho pena que assim seja. Principalmente tendo em conta o que alcançámos em 2003 e 2004 com uma equipa quase só de Portugueses.
Polppa acredito no valor dos estrangeiros. Temos o Álvaro, o Guarín, o Belluschi, o Hulk, o Falcao, o James, vem Iturbe, já tivemos Lucho, Lisandro, por aí. Só que estes têm qualidade. Que qualidade tinha o Benítez, o Mareque, o Kieszek, entre milhares de outros exemplos?
ResponderExcluirAcredito no valor dos estrangeiros, não quero alinhar numa de chauvinismo de «só apostar em portugueses» mas apostar mais neles. O Rio Ave ficou em 7º e tinha 22 portugueses no plantel. O Setúbal quase desceu e despachou 10 (!!) brasileiros e contratou 4 jogadores portugueses experientes, para já. Veremos as diferenças.
Platini, és tu? :)
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