O Peso das Camisolas


É costume dizer-se que, a determinados atletas, as camisolas pesam. Esta expressão está relacionada com a responsabilidade e a pressão sentidas por alguns jogadores, que os impede de utilizar as suas capacidades na plenitude. No Futebol Clube do Porto, o hábito de vencer, a pressão dos adeptos e a fome de sangue de muitos vampiros lisboetas, faz com que as camisolas aparentem ser feitas de chumbo. Hector Herrera, contratado a um clube mexicano pouco habituado a disputar títulos da forma como o Futebol Clube do Porto o faz, sentiu esse mesmo peso. Rotulado de craque e de novo João Moutinho, o mexicano passou por um período de adaptação complicado, que incluiu algumas discretas passagens pela equipa B, onde não se conseguiu mostrar de forma convincente. Após o colossal erro contra os russos do Zenit, o Futebol Clube do Porto correu o risco de perder Hector Herrera para o futebol.
Sem o apoio do clube, o médio mexicano, poderia ter entrado numa espiral de falta de confiança, que poderia transformar uma grande promessa, num jogador psicologicamente destroçado, fazendo lembrar, entre outros, Kléber. Assim, fiquei satisfeitíssimo por Paulo Fonseca ter tido a coragem de o lançar de início num jogo crucial, como foi o que opôs o campeão nacional, ao 7º classificado do último campeonato. Foi uma aposta de risco, mas permitiu "salvar" um jogador.

Por outro lado, nesse mesmo jogo, aqueles que são, unanimemente, considerados, os melhores e mais experientes jogadores do Sporting, tremeram. Montero e Patrício foram uma sombra de si mesmos. O primeiros foi praticamente anulado por um Otamendi em má forma e, na única oportunidade de que dispôs, falhou um golo quase feito. O segundo, tremeu sempre que foi chamado a jogar com os pés, aos quais juntou uma saída a um cruzamento, a fazer lembrar os tempos áureos do homem com a voz mais sexy de Portugal, Ricardo. Todos sabemos que as camisolas do Sporting pesam mais que as dos outros, porque são maiores. Não, não me refiro ao perímetro abdominal do presidente do Sporting, mas sim ao espaço necessário para escrever "Salvador Maria de Bacelar e Sotto-Mayor Bettencourt do Espírito Santo e Santa Maria", ou outro nome típico dos aristocráticos adeptos do Sporting, mas tal não justifica o falhanço do Sporting no Dragão, o que me leva a acreditar que o clube de Alvalade ainda está longe de poder lutar pelo título.
Por fim, e para manter a lógica do post, Bruno de Carvalho resolveu tirar a camisola 12, em homenagem aos adeptos, o 12º jogador da equipa. O Mística do Dragão sabe que o presidente do Sporting também quis tirar camisolas em homenagem aos árbitros assistentes que não vêem o Montero em fora-de-jogo, mas teve que desistir da ideia quando concluiu que não haveria números de sobra para todos os jogadores do plantel.

Este texto dá o início à participação no blogue do João Ferreira. O João é o criador e autor do blogue Os e-mail's do João, onde ele partilha com a bluegosfera aquilo que ele escreve aos que criticam de alguma forma o nosso clube.

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2 comentários

  1. mas que grande "contratação" (e antes da reabertura do mercado) :D

    votos de muitas felicidades! para esta vossa nova aventura, e que esta parceria perdure por muitos e bons... posts

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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  2. Muito obrigado, caro Miguel. Grande abraço

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