A Liga e a FPF estão a dormir. E os clubes, não acordam?

Mais um fim-de-semana nas provas organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol e pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, mais do mesmo. Mais violência, mais confusão, mais animais nos estádios e, até ver, não se passa nada.

Tudo começou no passado sábado, num jogo de futsal entre o Benfica e o Sporting, no qual a pseudo-claque organizada que não existe, nem é apoiada mas que anda em todos os estádios, os No Name Boys, exibiram, numa demonstração do nível que grassa por aquelas bandas, uma tarja alusiva ao adepto do Sporting assassinado por um membro dessa mesma claque numa final da Taça de Portugal, enquanto entoavam cânticos de gozo e escárnio sobre a situação. No dia seguinte, a mesma claque resolveu, não contente com o espectáculo protagonizado de véspera, presentear os adeptos do Sporting com uma chuva de petardos e tochas que deixaram alguns adeptos leoninos com ferimentos.

Por outro lado, os adeptos do Sporting, resolveram seguir o belo exemplo dado pelos vizinhos da 2ª Circular e resolveram mostrar faixas alusivas a Eusébio da Silva Ferreira, cujo nome só escreverei uma vez, não vá alguém achar que o Nuno Luz escreve para o Mística e a três infelizes adeptos do Benfica que faleceram, também anos 90, na estrada, no regresso de uma viagem à Croácia para apoiar o Benfica.

Se já não bastasse a Liga e a Federação andarem a dormir e punirem com multas residuais os infractores, parece que os clube também não querem saber. No futebol há rivalidades e animosidades. São normais. Não pode haver lugar à violência. E não pode haver factos escamoteados, não pode haver "esquecimentos". Tem de partir dos clube. E têm de ser estes os primeiros a punir os prevaricadores. Eu teria ficado muito feliz se o meu clube tivesse tomado medidas para punir os adeptos que, nas imediações do estádio do Dragão, arremessaram pedras ao autocarro de um clube rival. O imbecil do Diabo de Gaia, famoso por agredir um auxiliar no estádio da Luz, continua impunemente a entrar no estádio do Benfica e a dar entrevistas ao canal oficial do clube. E os casuals do Sporting, protagonistas da largada de touros à porta do Dragão, continuam a entrar em Alvalade livremente, uma vez que, de acordo com a direcção leonina, não se consegue provar que eram adeptos sportinguistas, mesmo que a polícia diga o contrário.

Nem a propósito, o Sporting vem hoje anunciar o corte de relações com o Benfica, pelos motivos elencados acima. É legítimo. O que não é legítimo é que o Sporting não se dê ao trabalho, no mesmo comunicado, de repudiar e prometer agir contra os seus adeptos que também exibiram faixas de nível rasca. E não era difícil apanhar os culpados. Foram exibidas no sector afecto às claques.

Se nos podemos queixar da brandura das punições da FPF e da Liga, incapazes de interditar um estádio, também devemos olhar para os dirigentes sempre prontos a apontar o dedo aos rivais, e incapazes de um gesto de nobreza e dignidade de impedir certos animais de entrar no seu próprio estádio.

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