Bater no fundo

A expressão "bater no fundo" entrou no léxico dos portistas quando Pinto da Costa a usou para descrever o estado a que o Futebol Clube do Porto havia chegado após perder em casa com o Tondela. Daí para cá, o Porto ainda perdeu a final da taça de Portugal, trabalhou mal na pré-temporada, foi eliminado da taça de Portugal e da taça da Liga, embora aqui tenha sido o futebol português a bater no fundo, e está a 6 pontos do primeiro lugar. Na última AG, questionado sobre se não nos continuávamos a afundar depois de "batermos no fundo", Pinto da Costa referiu que isso acontecia porque, para si, o fundo do Porto era muito alto. Foi das coisas mais inteligentes que o nosso Presidente disse nos últimos anos.

Hoje, o Futebol Clube do Porto conseguiu enterrar-se um pouco mais. Hoje batemos no fundo de novo. Se o Tondela nos fez bater no fundo desportivamente, hoje o clube enterrou-se na lama ao nível da moral e da decência.

Foram públicos os actos de vandalismo na madrugada do último domingo em imóveis ligados a Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, Adelino Caldeira, vice-presidente do Clube e administrador da SAD e Alexandre Pinto da Costa, filho do Presidente, comissionista de profissão e com um passado de negócios com o Benfica. Concorde-se, ou não, com as mensagens escritas, aquilo não deixou de ser um acto de vandalismo que, com certeza terá sido denunciado às autoridades. No entanto, isto não dá direito ao clube para ter o comportamento deprimente que hoje teve nas redes sociais. Para quem não viu, o clube publicou o vídeo da câmara de segurança do escritório de Adelino Caldeira que mostra um indivíduo de cara tapada a escrever na parede do edifício frases contra a direcção do Porto. Ao mesmo tempo, e num comportamento digno de um qualquer regime ditatorial, acusou o dito indivíduo de não ser portista. Eu sinceramente, não faço a mínima ideia do clube do "escritor de paredes". Não o conheço, não sei quem é e, como tal, não me sinto capaz de fazer esse julgamento. Para piorar, o referido post acusa o indivíduo de estar a fazer isto para dividir os portistas.

Ora, ou o clube tem conhecimento de informações que não divulgou, ou isto não passa de uma sessão de lançamento de areia para os olhos. O que é triste. Os dirigentes do Futebol Clube do Porto insistem em tentar manipular a opinião dos seus adeptos. O Futebol Clube do Porto pertence aos sócios, não é uma monarquia nem um negócio familiar, e os seus sócios têm o direito de ser tratados com todo o respeito e elevação e não como burros a quem se dá a palha que se quer para comer. Qual seria a lógica de um adepto rival querer mudar as coisas no Porto? Porque não deixar esta ruinosa gestão desportiva e financeira continuar? Por acaso algum portista fez alguma coisa para desestabilizar as gestões de Manuel Damásio, Vale e Azevedo ou Godinho Lopes? Claro que não. Para quê travar a decadência de Benfica e Sporting? Se esses clubes se estavam a matar, fomos lá salvá-los, ou ficamos a assistir deliciados?

Já agora, acusar o vândalo dos desenhos de querer dividir os adeptos do Porto é, também, um perfeito disparate. Já se percebeu que os dirigentes do Porto querem unanimismos, querem o mínimo de ruído e contestação para não serem julgados mas, o único portista que recentemente divid


iu os adeptos foi Jorge Nuno Pinto da Costa quando distinguiu os "verdadeiros portistas", os das claques, dos outros.

Que o clube repudie estes actos de vandalismo, estou de acordo. Infelizmente preferiu-se atacar o mensageiro e não a mensagem. Até lá, o clube assobia para o lado e ninguém se responsabiliza pelo negócio Depoitre e por se ter contratado Nuno, que ainda deve andar a festejar o facto de não termos sofrido golos contra o poderoso Paços de Ferreira, bem como ninguém explica a debandada de quadros de topo do clube nem o que anda Alexandre Pinto da Costa realmente a fazer no clube.

O que fica evidente é que os nossos dirigentes andam pouco confortáveis com a crescente onda de contestação. Anda alguém com o rabo bem trilhado e, como se costuma dizer, quem tem cu tem medo. De qualquer forma, e mesmo que esta conversa sobre traseiros o propicie, por uma questão de boa educação, vou coibir-me de comparar a actual gestão do Futebol Clube do Porto com fezes. Valha-nos a inteligência dos portistas a criticar esta trapalhada toda. Por alguma razão Goebbelsiana os comentário ao vídeo no Youtube foram desactivados.


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2 comentários

  1. Caro blogger,

    Comeco por dizer que considero estes actos lamentaveis. Vandalizar a propriedade alheia nao e acto defensavel

    Acrescento que este episodio nao e o primeiro do tipo e revela o mau estar que se vive.

    O clube esta mergulhado na incompetencia, no nepotismo, na arrogancia e na derrota.

    A recusa do outrora grande presidente em assegurar a sua sucessao e o encobrimento que da a restante administracao da SAD e a outros individuos, como o seu filho, e neste momento o grande obstaculo a recuperacao do clube.

    Urge substituir a direccao do FC Porto e a administracao da SAD e seguidamente auditar minuciosamente as contas presentes e passadas da SAD e todos os contratos celebrados.

    Se situacoes pouco claras se encontrarem ha que as denunciar as autoridades, doa a quem doer, independentemente das consequencias.

    O FC Porto nao precisa de dirigentes que facam negocios com, ou contratem, familiares.

    Nao precisa de dirigentes que tenham negocios proprios que estejam de alguma forma relacionados com o FC Porto.

    O FC Porto nao precisa de macacos com megafones na mao e de marginais da noite portuense.

    O FC Porto precisa de quem de a cara e se manifeste olhos nos olhos na defesa do clube, de quem nao se esconda atras de facebooks, twitters e newsletters.


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