Regresso à normalidade...
Nos últimos tempos, o tema da crise passou para segundo plano. Durante o Euro 2012, os media trocaram o Passos Coelho pelo Ronaldo e a troika pela seleção de Portugal.
Pois bem. Finda a nossa participação em mais um campeonato europeu de futebol, é altura de analisar o comportamento da seleção (plano geral) e de alguns jogadores (plano individual).
Na globalidade, a seleção esteve bem. Se compararmos com participações anteriores em competições organizadas pela FIFA/UEFA, podemos dizer que esteve até muito bem. Se olharmos para os resultados, concluímos que não fez mais do que a obrigação: passar a fase de grupos e ganhar à (muito acessível) República Checa. Além disso, sofremos golos em 4 dos 5 jogos e não marcamos qualquer golo em 2 deles. Este rácio de golos marcados e golos sofridos deve ser aprimorado.
No que aos atletas diz respeito, notou-se claramente que não há substitutos à altura dos titulares. No jogo de ontem, essa falta de opções foi preponderante para dar frescura à equipa. Por outro lado, o nosso adversário tinha no banco jogadores como Juan Mata, Cesc Fabrègas ou Fernando Torres. Nós tinhamos Rúben Micael, Miguel Lopes e Nélson Oliveira...
Do 11 base de Paulo Bento, sobressaíram jogadores como Miguel Veloso (menos pesado rende bastante mais), Fábio Coentrão (finalmente voltamos a ver o defesa/médio/extremo do Mundial da África do Sul), Pepe (um autêntico patrão, não só da defesa mas de toda a equipa), João Moutinho (cansa só de o ver correr!), C. Ronaldo (esteve mais perto do nível que apresenta no Real Madrid mas, ainda assim, tem capacidade para fazer mais e melhor) e Hélder Postiga (por mais limitado que seja, é, a meu ver, o melhor ponta de lança português).
Em suma, foi uma prestação mais mediática do que racional. É importante apoiar a seleção de todos nós e incentivar o espírito de grupo entre a comitiva. Contudo, não nos podemos esquecer que continuamos a ser das poucas seleções que participaram no Euro 2012 que não tem um único título.
Quem sabe, no Brasil 2014...
Venham os checos...
Começamos o torneio com o pé esquerdo. Apenas e só por nossa culpa, não pontuamos frente à Alemanha. Reorganizamo-nos fisica e psicologicamente e vencemos os 2 jogos seguintes. Marcamos 5 golos em 2 jogos. Até onde podemos ir?
Terminada a fase de grupos do Euro 2012, podemos tirar alguma ilações relativamente à prestação dos nossos jogadores. Destaquei 3 jogadores muito influentes na equipa das quinas, um de cada setor.
Começando pela defesa, o
O meio campo é comandado por mais um Dragão! João Moutinho é um médio box-to-box muito completo. Joga e faz jogar. Passa, remata, corre e pressiona como ninguém. Ontem então, foi absolutamente magistral. A sua ocupação de espaços é notável. É daqueles jogadores que pode passar despercebido durante os 90 minutos mas o seu papel é fundamental na organização defensiva e ofensiva da equipa. Importa realçar a sua capacidade física muito acima da média. É dos 23 convocados, daqueles que mais minutos tem nas pernas durante a época. Ainda assim, raramente é substituído. Impressionante, Moutinho!
Na frente de ataque mora a estrela da companhia. Idolatrado por milhões, Cristiano Ronaldo é, sem sombra de dúvidas, o jogador mais completo do mundo! Remata com os 2 pés, remata de cabeça (por vezes parece que levita lá em cima), marca livres, é super rápido e, acima de tudo, marca muitos golos. Ontem deu-nos uma vitória importante graças aos seus 2 golos. Mandou ainda 2 bolas ao ferro. Esteve bastante apagado nos primeiros jogos da competição, à semelhança de toda a equipa. Apesar de estar habituado À pressão, acarreta nas costas um fardo bastante pesado, uma vez que nele são depositadas (quase) todas as esperanças nacionais. Tem de mostrar ao mundo que merece ganhar novamente a Bola de Ouro. Está no bom caminho...
Ontem, esprememos laranjas. Na próxima 5ª, como vai ser?
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As nossas aspirações
Ontem correu bem.
Ao contrário do primeiro jogo com a Alemanha, fomos eficazes, e isso é essencial numa competição como um Europeu ou Mundial.
Mesmo assim, pelo menos eu fiquei com a sensação de "ok, boa, ganhamos..mas acho que não temos equipa para grandes voos". Explico porquê.
Temos um bom guarda-redes. Temos dois defesas de top - Pepe e Coentrão - e dois defesas medianos, Bruno Alves (que, tal como Meireles, neste momento é mais fama que outra coisa..pelo chão é uma nódoa) e João Pereira.
Mais à frente, no meio campo, temos um bom médio - Moutinho - e dois médios medianos, Meireles e Veloso. Nesta área do terreno está o maior problema de Portugal, na minha opinião. Meireles e Veloso são jogadores de 60, 65min. Depois disso, rebentam. Ontem Meireles esteve tão mal que nem tenho palavras para decrever. Veloso não esteve muito melhor também. Ainda assim, o grande problema é que as soluções no banco escasseiam, e é precisamente por isso que acho difícil fazermos uma grande figura neste Europeu..
No ataque, temos mais dois jogadores de top mundial - Nani e Ronaldo -, e 3 pontas-de-lança razoáveis, a pender para o mau. Aqui excluo talvez Nelson Oliveira, que não obstante a campanha vergonhosa da qual tem beneficiado, é um jovem com valor e que ainda tem muito para mostrar.
Na partida de ontem, houve mais um aspecto que gostaria de salientar. Quase toda a 2ª parte comentei com quem estava a ver o jogo comigo que íamos acabar por sofrer um golo pelo lado esquerdo. Dito e feito. Ronaldo não marcava, mas também não defendia. Uma, duas, três, quatro vezes...acabou por dar golo.
Toda a gente que estava comigo estava a prever isso. Paulo Bento não foi capaz. Porquê? Isto deixa-me preocupado...
Resta-nos agora no mínimo empatar com a Holanda e esperar que a Alemanha faça a sua obrigação e vença a Dinamarca.
Depois..é o mata-mata!
Outra vez Varela!
..agora por bons motivos! :)