À falta de quem faça rescaldos na minha ausência


Quando não estou presente, ninguém faz nada. É triste, mas é verdade. Fica a crónica d'OJOGO.

Difícil também vale
JORGE MAIA

Primeiro as notícias: o FC Porto garantiu a décima vitória no campeonato e manteve dez pontos de vantagem sobre o Guimarães, dando o primeiro passo para cumprir o desejo de André Villas-Boas que quer chegar ao Natal sem perder pontos. 

Dito isso, convém referir que vencer o Portimonense no Dragão por 2-0 não foi tão fácil como golear o Benfica e a verdade é que o FC Porto acusou mesmo a falta de alguns dos seus habituais titulares, bem como a ressaca natural de uma semana inteira a destilar os cinco golos marcados ao principal rival. 

Por outro lado, o que define um campeão não são as ocasionais goleadas, mas a regularidade das vitórias conseguidas, muitas vezes tangencialmente, nos jogos menos espectaculares.

Já se esperava que André Villas-Boas mexesse na equipa para além daquilo a que estava obrigado. Fernando continua a recuperar da lesão sofrida em Coimbra e já se sabia que Guarín ia jogar como trinco. João Moutinho cumpriu um jogo de castigo e já se sabia que Rúben Micael ia ocupar o seu lugar no meio-campo. 

Falcao não tinha sido convocado e já se esperava que fosse Walter a jogar no seu lugar, tal como a ausência de Sapunaru permitia adivinhar a titularidade de Fucile. A principal novidade, e mesmo essa anunciada, era a titularidade de Otamendi, chamado a ocupar o lugar de Maicon que, apesar de convocado, tinha passado parte da semana a treinar de forma condicionada. 

Ora, feitas as contas, o FC Porto apresentou-se ontem com mexidas em todos os sectores e com quatro jogadores habitualmente considerados como segundas linhas, facto que pesou na dinâmica da equipa, longe da velocidade de outros jogos. Junte-se a isso a boa organização do Portimonense, distribuído numa espécie de 4x4x2 que não dispensava ninguém das tarefas defensivas, e o resultado foi um jogo dominado pelo FC Porto, mas, durante muito tempo, controlado pelos algarvios.

O FC Porto ia criando perigo essencialmente na sequência de lances de bola parada e no ensaio do ocasional e inconsequente remate de meia-distância. Até que Rúben Micael e Walter tentaram uma opção diferente. 

O lance de envolvimento desenhado por ambos começou a meio do meio-campo ofensivo do FC Porto e foi ultrapassando obstáculos sucessivos até deixar o brasileiro em zona frontal, com a baliza de Ventura na mira. E quando se esperava um disparo violento, Walter aproveitou o adiantamento de Ventura para bater o guarda-redes do Portimonense com um remate em arco. Imaginava-se que o jogo ficasse resolvido aí, mas foi preciso mais uma hora para que Hulk colocasse um ponto final no resultado.

Pouco depois do primeiro golo, Varela saiu lesionado, dando a vez a Rodríguez. Pela mesma altura, João Martins, que substituiu o castigado Litos no banco, fez entrar Kadi para o lugar de Soares, acrescentando velocidade ao ataque do Portimonense e o facto é que os algarvios cresceram com as mudanças nas duas equipas, aproximando-se da baliza de Helton no arranque da segunda parte. 

Um livre de Ivanildo, travado na barra da baliza do FC Porto aos 52', ameaçou a tranquilidade das bancadas do Dragão e as substituições sucessivas nas duas equipas durante a segunda parte não contribuíram nada para a estabilidade do jogo, demasiado caótico para se poder considerar decidido. 

O ponto final chegaria em cima dos 90 minutos. Rodríguez sofreu uma falta de Di Fábio pelas costas na área do Portimonense e João Capela apontou para a marca de grande penalidade. Um convite aceite por Hulk que rematou forte e colocado, longe do alcance de Ventura, tanto como o FC Porto continua longe do alcance dos perseguidores.

FC Porto, 2 - Portimonense, 0

Estádio do Dragão
Relvado em bom estado
Espectadores 40418
Árbitro João Capela

Golos: 1-0 Walter 29'; 2-0 Hulk 90'+1'g.p.

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4 comentários

  1. calma, André, a malta espera por ti, rapaz :)

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  2. Não Jorge..é triste.

    Se o blog tivesse 20 ou 30 visitas mensais, eu não estava preocupado. Contudo, nós temos sempre cerca de 250 visitas diárias (mesmo que não postemos nada) e por isso considero que temos alguma responsabilidade para "satisfazer" e respeitar essas pessoas que nos seguem tão atentamente.

    Infelizmente, parece que dos 5 colaboradores sou o único que sente essa responsabilidade.

    Quando não os "obrigo" a escrever, ninguém faz nada.

    Estou farto.

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  3. eu escrevo sozinho e não me queixo! porque não fazes o mesmo? :)
    o mística é um blog de referência muito à tua custa (que me perdoem os outros autores mas é a verdade dos números) e não vejo porque hás-de angariar mais gente quando podes ser tu a manter o espaço vivo e dinâmico como tem sido!

    just my two cents, claro...

    abraço,
    Jorge
    http://porta19.blogspot.com

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  4. Eu sei Jorge..quem me dera a mim poder "manter" isto sozinho. Infelizmente, na fase que atravesso da minha vida, não todo o tempo (e cabeça, ás vezes) necessária para isso..

    E obrigado pelas tuas (sempre sábias) palavras.

    Ainda havemos de ir ao Dragão juntos pah!

    Abraço!

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