O reconhecimento precoce


Todos reconhecemos que o potencial de James Rodríguez é enorme e é excelente que exista este potencial, é mau que não esteja a ser rentabilizado da melhor maneira. Sem excluir por completo a responsabilidade do treinador neste problema, não consigo deixar de afirmar que ele é dos mais inocentes nesta questão que tem sido excessivamente badalada. 

Muito se tem falado, entre adeptos e na comunicação social, sobre o posicionamento de James em campo. “O lugar dele é no meio”, “Ele na linha não rende tanto”, “No meio é que ele rende”…

Lembro que Defour foi o bombeiro de serviço para o lugar de médio-defensivo e tem realizado boas exibições nessa posição, Maicon no ano passado lá realizou meia-dúzia de jogos como defesa-direito e foi nessa posição que ganhou confiança para se tornar o patrão da defesa. Humildemente, assumiram a posição que o treinador lhes indicou e tornaram-se maiores do que aquilo que eram. Como estes casos, existem outros.

Com James, não. Parece que só pode render bem na posição que prefere, se não for feita a vontade tem desculpa para jogar de forma mediana ou inferior, parece que tem justificação para perder uma bola e não esboçar nenhum empenho em voltar a recuperá-la, algumas delas em pleno corredor... central, assim  aconteceu ontem e assim aconteceu em jogos anteriores. 

Faz duas assistências e um golo contra um desorganizado Beira-Mar e ganha razão para nos próximos 2 ou 3 jogos ter exibições no máximo razoáveis sem ser minimamente contestado. 

Ou este irregular James rouba o lugar a Fernando, Lucho ou Moutinho, ou como tem dito a  maioria das opiniões, deverá haver uma mudança do sistema de jogo que é tradicional no Futebol Clube do Porto, para que James tenha o seu espaçozinho preferido no campo, mesmo que isso represente a falta de amplitude (largura) no ataque do Futebol Clube do Porto e que instale uma crise de identidade na equipa.

Quantas boas exibições consecutivas teve James nesta e na época anterior? Será que o treinador limita-lhe assim tanto ou estará o jogador a auto-limitar-se? Este jovem dotado tem tido a vida mais atribulada do que seria de prever.  "Quanto maior o poder, maior a responsabilidade" e "a vida é dura para quem é mole" 

Ontem, a exibição de James resume-se no movimento “à Hulk” que resultou num potente remate à barra, em que o nosso nº 10 (na camisola apenas) veio… do corredor direito. Não traria mais instabilidade ao próprio jogador e à equipa rotinar-se nas funções e posição específica de jogar na ala?

Neste momento o mérito reconhecido pelo adepto portista em relação a James é superior ao que ele realmente fez com aquela camisola ao peito.

Compreendo que neste caso que seja mais fácil criticar o pouco simpático e por vezes entediante Vítor Pereira em vez do menino que pode vir a valer milhões. Compreendo… não concordo.



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1 comentários

  1. Ora muito bem escrito, e melhor pensado!
    Triste é os adeptos não entenderem que estão a ser manipulados pela opinião de alguém que tem interesses financeiros numa venda do puto, e que portanto tem de encontrar um bode expiatório para o não tão mentalmente forte James...
    Fazia-lhe bem a ele e a alguns outros estarem 12 meses às ordens do Ferguson... para simplificar podem apenas perguntar ao Tevez...
    Fazia-lhe também bem ouvir umas bocas dos adeptos quando não se esforça!

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