As eleições na Liga e um milagroso acerto do jornal Record

Ontem, Pedro Proença foi eleito presidente da Liga. Contando com o apoio da maioria dos clubes da Liga NOS, 12 contra 6 de Luís Duque, Proença tornou-se no oitavo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, sucedendo a Valentim Loureiro, Manuel Damásio, Pinto da Costa, Hermínio Loureiro, Fernando Gomes, Mário Figueiredo e Luís Duque.

Sinceramente, creio que Duque  não fez um mau trabalho. Recuperou financeiramente a Liga, deixada de rastos pela gestão quase danosa de Figueiredo, o tal que teve o voto a favor do Sporting e à volta de quem Vieira disse que os clubes se deveriam unir, credibilizou a instituição, depois da passagem do cometa Figueiredo, e criou condições para que a Liga voltasse a ser uma fonte de receitas para os clubes, e não um encargo.

No entanto, Duque, para além de ter proferido declarações para com seus associados de baixíssimo nível, ao chamar ignorante ao presidente do Sporting e xenófobo a Tiago Ribeiro do Estoril, independentemente de ter, ou não, razão, falhou em toda a linha num aspecto. O Presidente da Liga é o primeiro vice-presidente da FPF, o número dois da sua direcção, e tem o dever de representar o futebol profissional junto da instituição e de o defender acerrimamente, com unhas e dentes. Não o fez. E tanto não o fez que nem foi capaz de por todos os delegados da Liga na AG da FPF a votar a favor do sorteio, uma vez que a Liga tem 20 delegados e houve apenas 17 votos a favor do sorteio.

Ora, isto era o ideal para o Benfica. Conseguir que o associado com mais peso na FPF nada faça para mudar o triste estado de coisas a que esta chegou é o ideal. É óbvio que o Benfica fica imensamente satisfeito se Bruno Paixão, Manuel Mota, João Capela ou Duarte Gomes continuarem a ser nomeados várias vezes por ano para os seus jogos. É evidente que o Benfica não quer que se mexa no Conselho de Arbitragem e pretende que Vítor Pereira continue a ser visita assídua no Seixal. É nítido que o Benfica pouco se preocupa se são nomeados árbitros internacionais indivíduos sem experiência e que nunca, jamais, em tempo algum arbitraram sequer jogos dos grandes no campeonato. O problema é que Pedro Proença também já prometeu que vai lutar contra isto tudo. E isto perturba seriamente os interesses do Benfica e dos seus 13.999.999 adeptos. Como é que se chega a este número? Aos 14 milhões que o Benfica publicita, incluindo umas dezenas de milhar na Indochina, retira-se um, Pedro Proença. Porque Proença já mostrou que tem a coluna direita e não se curva perante nada nem ninguém e muito menos se deixa intimidar, mesmo que lhe partam os dentes com um soco.

O problema do Benfica é que os famosos lugares na Liga não lhe vão servir de nada. Com Proença, as probabilidades do futebol se decidir dentro do campo e não fora dele, aumentam drasticamente. Talvez seja por isso que Pedro Guerra, o propagandista oficioso de Vieira, tenha ido a correr, em sentido figurado, claro, à TVI24 berrar com tudo e todos. Talvez seja por isso, que o Record de ontem noticiava, ainda antes de Proença ser eleito, que Vieira havia prometido reforços a Rui Vitória. Talvez as grandes orelhas do presidente vermelho tivessem ouvido que Proença tinha apoios suficientes para vencer, e como tal, foi forçado  investir a sério no reforço da equipa...

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