A saída de Alex Sandro

Alex Sandro, o nosso lateral esquerdo, foi vendido à Juventus, por 26 milhões de euros.

Por muito que custe, a poucos dias do fecho do mercado de transferências, perder um jogador com a qualidade de Alex Sandro, o negócio é necessário. Em termos desportivos, será um golpe duro, é
certo, para mais, num defeso onde perdemos outros quatro indiscutíveis, Casemiro, Danilo, Óliver e Jackson e um jogador muitíssimo utilizado, Quaresma. Arranjar um substituto à altura será deveras complicado, para mais com tão pouco tempo para o fazer e com os campeonatos a decorrer. No plantel, José Angel não tem, de todo, a mesma qualidade e Cissokho terá, primeiro, de se ver definitivamente livre dos inúmero problemas com lesões que o afectam.

No entanto, urgia que o Porto fizesse uma grande venda até 31 de agosto. Isto porque, de acordo com o modelo de negócio da SAD, esta necessita de fazer, no mínimo, 60 milhões de euros em mais-valias com a alienação de passes de atletas por época desportiva, o que corresponde, genericamente, a três grandes vendas. Na época transacta, mesmo com o brinde que o Real Madrid nos deu, ao pagar 7,5 milhões de euros por Casemiro, com o registo de um segundo prémio de cerca de 8,5 milhões de participação na Champions League, e com as vendas de Danilo e Mangala, foi necessário vender Jackson à pressão, a poucos minutos do final da temporada, para que a SAD não tivesse prejuízo. Ou seja, o Porto está muito dependente das vendas de atletas.

O problema, quero eu acreditar, não estará na tesouraria. Nesse âmbito, pouco importa quando é que os jogadores são vendidos, importa sim quando se recebe o dinheiro. E, com as vendas de Danilo e de Jackson, esta paga a pronto, muito maus seria se a tesouraria estivesse apertada, neste momento. O problema está nos resultados, ou seja no lucro, ou no prejuízo. E para a determinação desses
resultados, usados nos cálculos do cumprimento do fair-play financeiro da UEFA, importa a data em que o passe do atleta é alienado. Ou seja, em 2015/16, o Porto apenas vendeu Carlos Eduardo e Kleber que representarão uma fatia pouco significativa no gigantesco bolo das mais-valias necessárias. Assim, fazer uma grande venda nesta altura, fosse Alex Sandro, fosse outro qualquer é essencial para que a SAD possa encarar o resto da época mais tranquila e mais desafogada e sem a necessidade de fazer vendas à pressão no mercado de inverno, como Otamendi ou no final de junho, como Lucho Gonzalez após se ter gorado a transferência do regressado Cissokho para o Milan. Vendendo agora, permite à SAD ficar menos refém da lei do mercado, podendo decidir quem, quando e por que valores vender, ao invés de passar uma imagem de desespero, que desvaloriza os seus jogadores. Para mais, se se conseguir vender Herrera nesta janela de transferências, negócio que faria todo o sentido dada a abundância de jogadores para o seu lugar e dado o que o mexicano (não) anda a jogar, poderíamos encarar a temporada com um á-vontade que já não demonstrávamos há anos.

A perda de Alex Sandro é significativa, é um facto. Para além de perdermos um grande jogador, perdemos um grande homem, que nunca veio para a comunicação social chorar-se e fazer pressão para sair. Nem ele, nem o empresário, o advogado, o pai, a mãe, ou o canário. Para mais, vender um lateral que está a quatro meses de poder assinar a custo zero por qualquer clube por 26 milhões é um negócio que poucos clubes no Mundo conseguem fazer.

Obrigado por tudo, Alex!

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