Provedor do sócio - para que serve?
Numa das entrevistas que o Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa deu ao Porto Canal, anunciou a lista com que se apresentou às eleições do pretérito mês de abril. Nessa entrevista, Pinto da Costa referiu que teve que fazer cortes nessa mesma equipa, uma vez que com a aprovação da última versão dos estatutos do clube foi forçado a reduzir o número de vice-presidentes e directores. No entanto, o Presidente deixou extremamente claro que, mesmo assim, tinha criado um novo pelouro, o de Provedor do sócio, atribuindo a Rodrigo Pinto de Barros uma das direcções do clube, por esse motivo. Na altura, Pinto da Costa defendeu a decisão de criar o provedor do sócio porque sentia que os sócios eram tratados como clientes e que, como tal, esta figura do Provedor seria útil para esbater essa sensação, que, a meu ver, existe de facto.
Posteriormente, a figura do Provedor foi apresentada nos canais de comunicação online do clube. Os seus contactos, a sua missão e as suas tarefas estão disponíveis no site do clube.
Neste sentido, eu, enquanto sócio do Futebol Clube do Porto enviei no passado dia 18 de agosto, um e-mail dirigido ao Provedor, elencando algumas situações que creio que seria importante modificar para melhorar a experiência de ser sócio do Porto e aproximar o clube dos seus associados. Desde essa data, a única resposta que recebi foi uma resposta automática a agradecer o envio da mensagem e... nada mais. Aguardo há um mês uma resposta. Há um mês que espero sentado por uma resposta. Mas nada, um profundo silêncio. Eu preferia receber uma resposta a dizer que eu apenas escrevi barbaridades a este silêncio. Como poderão ler abaixo, na transcrição do e-mail, fui educado, correcto e cordial. Não fui sarcástico, irónico e mordaz, muito menos mal educado ou arrogante. Fica a questão: é assim que o clube quer que os sócios não se sintam tratados como clientes?
Exmo. Sr. Provedor do Sócio do Futebol Clube do Porto,
Posteriormente, a figura do Provedor foi apresentada nos canais de comunicação online do clube. Os seus contactos, a sua missão e as suas tarefas estão disponíveis no site do clube.
Neste sentido, eu, enquanto sócio do Futebol Clube do Porto enviei no passado dia 18 de agosto, um e-mail dirigido ao Provedor, elencando algumas situações que creio que seria importante modificar para melhorar a experiência de ser sócio do Porto e aproximar o clube dos seus associados. Desde essa data, a única resposta que recebi foi uma resposta automática a agradecer o envio da mensagem e... nada mais. Aguardo há um mês uma resposta. Há um mês que espero sentado por uma resposta. Mas nada, um profundo silêncio. Eu preferia receber uma resposta a dizer que eu apenas escrevi barbaridades a este silêncio. Como poderão ler abaixo, na transcrição do e-mail, fui educado, correcto e cordial. Não fui sarcástico, irónico e mordaz, muito menos mal educado ou arrogante. Fica a questão: é assim que o clube quer que os sócios não se sintam tratados como clientes?
Exmo. Sr. Provedor do Sócio do Futebol Clube do Porto,
Antes de mais, apresento-me, chamo-me João Ferreira e
sou o sócio XXX do Futebol Clube do Porto. Se bem me recordo, numa das
entrevistas que o Presidente Pinto da Costa deu ao Porto Canal, na qual
anunciou a recandidatura, manifestou o desejo da criação da figura do
provedor do sócio, uma vez que lhe tinha constado que os sócios do
Futebol Clube do Porto eram tratados, e cito, "como clientes".
Eu vou um pouco mais longe, os sócios do Futebol Clube do Porto não
são tratados como clientes, são maltratados como clientes. O clube não
informa ou informa mal, os seus funcionários não sabem esclarecer
dúvidas e o atendimento nas lojas (excluindo a parte de venda de
produtos) é lento e digno de uma qualquer repartição de finanças nos
anos 90.
Para exemplificar, indico algumas situações que me aconteceram
ainda recentemente. Este ano, eu e um conjunto de amigos, que possuíamos
lugares anuais separados, procuramos juntar-nos. Dado a elevada procura
para o sector que pretendíamos, fomos informados que o melhor seria
esperar pelo fim das renovações dos lugares para trocarmos. Assim o
fizemos e, felizmente temos lugares que nos satisfazem. Sucede que houve
três adiamentos na data em que os lugares não renovados iam ser
desbloqueados e para conseguir saber a data exacta e organizar a minha
vida foi necessário recorrer a um amigo de um amigo que conhece alguém
dentro do clube. Se calhar, sem essa informação, continuaríamos
separados. Mais, na pretérita segunda-feira, dirigi-me à loja do
Norteshopping para pagar quotas. A fila era grande, nomeadamente por
causa dos bilhetes para o jogo com a Roma, mas em meia-hora não avancei
na fila. Isto porque a única fila para bilhetes, quotas e demais
serviços estava ocupada com um senhor que protestava porque o débito
directo das quotas não funcionava e, como tal, não podia comprar
bilhetes por ter quotas em atraso. Na caixa ao lado, para venda de
merchandising, um jovem estava desalentado porque queria estampar o nome
do atleta André Silva na camisola acabada de comprar e as letras R, S e
V estavam esgotadas. Em pleno início de temporada, isto é admissível?
Obviamente que ao fim de tanto tempo na fila, desisti e fui para casa.
Por outro lado, e a propósito da venda de bilhetes, ela continua a
ser um problema. A venda ilegal de bilhetes nas imediações do estádio
mantém-se e não se vê qualquer acção do clube no sentido de a evitar.
Estou cansado de ser acossado por indivíduos, e são sempre os mesmos a
perguntar se tenho bilhete e, inclusivamente a tentarem que eu não me
dirija às bilheteiras e lho compre a eles. Tem anos esta situação.
Também já me aconteceu num jogo com bilhetes a 4 euros, não haver
multibanco nem moedas de 1€ para dar troco. Ou um colaborador do clube
anunciar numa página de facebook que determinados bilhetes para um jogo
fora estão à venda e não estarem, etc.
Peço-lhe, Sr. Provedor, que entenda este e-mail como uma crítica
construtiva. Espero que o Sr. seja capaz de corrigir estas gigantescas
lacunas. Não será fácil, reconheço, mas quero acreditar que será
possível.
Com os melhores cumprimentos,
João Ferreira