Direitos televisivos: a grande golpada continua

Foi notícia nos últimos dias que a Sporttv apresentou prejuízos na ordem dos 6,2 milhões de euros, em 2014, mais meio milhão do que em 2013. Ou seja, a empresa regista um prejuízo acumulado de cerca de 12 milhões de euros em dois anos. Estes resultados devem-se a dois factores. Por um lado, à péssima gestão de Joaquim Oliveira, que utilizou a Sporttv como banco para financiar os seus devaneios despesistas, tipo o investimento em jornais e estações de rádio, durante anos a fio. Por outro, a passagem dos direitos televisivos do Benfica para o canal do clube, numa operação que tem tanto, reconheça-se, de genial, como de pouco ética e vergonhosa.

De facto, o plano urdido por Vieira, Moniz, Soares Oliveira e restante comandita está a dar frutos. Com a saída do Benfica da Sporttv, a situação financeira do canal de Joaquim Oliveira agravou-se, correndo este um sério risco de falência. E se falir, há dezenas de clubes que irão perder uma essencial fonte de receita.

E essa é a linha orientadora de todo o plano benfiquista. Se os clubes perderem uma importante fonte de receita, irão a correr ter com quem os acuda. E quem é a entidade que fica na pole position para isso? Exacto, a BenficaTV. A única que neste momento, em Portugal, tem estrutura para isso. Se já é mau e injusto o Benfica ganhar dinheiro com os direitos televisivos dos outros, pior ainda é ficarmos a saber que o Benfica pode manietar clubes que precisam das receitas de televisão como do pão para a boca. O poder que isto dá ao Benfica, é mais forte do que os míticos lugares na Liga ou o colinho.

Infelizmente, à custa da incompetência e do benfiquismo de Mário Figueiredo, foi impossível avançar com a centralização dos direitos, porque não interessava ao Benfica. Não encaixava no plano de dominar o futebol português, não dentro do campo, com os melhores jogadores e a melhor equipa, mas fora dele, à custa de vigarices, cunhas mais ou menos leais, lobos maus, andores e jogos de bastidores.

Cabe ao Futebol Clube do Porto, juntamente com o Sporting, os principais prejudicados com este plano, fazerem cair a máscara a esta corja imunda. Principalmente ao Futebol Clube do Porto, uma vez que o Sporting continua entretido na habitual caça aos fantasmas...

Relatório de Empréstimos - 22/04/15


O relatório desta semana, lançado exclusivamente à quarta-feira devido ao jogo de ontem, conta com algumas lesões, um regresso especial e os suspeitos do costume a brilhar. Comecemos pelo jogo do Estoril, que nos 2 golos que marcou teve intervenientes emprestados pelo FC Porto: Tozé e Kléber. Kléber marcou o primeiro num bom cabeceamento e teve um embate violento no defesa do V.Setúbal, saindo lesionado e Tozé assistiu de forma espetacular para o segundo, marcado pelo ex-Porto Sebá. Na 2ª Liga quem continua a surpreender é Célestin Djim, que marcou mais uma vez, depois de sair do banco e passando apenas 26 minutos em campo.
Djalma não jogou por ter levado o 4º amarelo, que dá suspensão na liga turca e Walter não pôde ser inscrito no Campeonato Paranaense por já estar a decorrer, só podendo jogar na Copa do Brasil e posteriormente no Brasileirão. Quiñones, Rolando e Opare estão lesionados e não jogaram esta semana.
Kelvin esteve em destaque pois fez os seus primeiros minutos no Palmeiras após ter sido emprestado em Janeiro. Foi alvo de uma lesão grave, mas parece recuperado e o treinador parece confiar nele, já que lhe deu o 6º pontapé da marca de grande penalidade, papel que Kelvin assumiu tranquilamente e fez o que lhe competia, sendo de destacar que o jogo foi frente ao Corinthians, rival do Palmeiras.
Vejam de seguida, todos os minutos ao pormenor no relatório completo e as imagens dos principais lances:


Golo de Kléber:
Assistência de Tozé:
Grande penalidade de Kelvin (13:00):

Arcos triunfais


Cerca de três semanas após o tão celebrado golo de Del Valle nos descontos diante do Benfica, era o Porto que se deslocava à cena do crime (quase) perfeito, sabendo que não havia grande margem de erro e que o Rio Ave dificilmente seria um adversário acessível, sobretudo sabendo que na cabeça dos jogadores o confronto frente ao Bayern da próxima quarta-feira estava já bem presente. A verdade é que desde o início da partida foi perceptível que Lopetegui tinha conseguido tirar de forma absoluta o foco do importante jogo europeu, até porque o campeonato não é de todo apenas uma miragem e os adeptos têm tornado claro que acreditam piamente na capacidade da equipa em igualar ou até mesmo transformar a nosso favor o confronto directo que neste momento é vantajoso para o Benfica. Apesar do receio que grande parte dos portistas levavam para este jogo, a equipa começou o encontro a todo o gás, com uma enorme vontade de chegar ao golo, não permitindo o mínimo dos espaços à equipa adversária, que durante a primeira parte apenas mostrou uma ténue reacção após o golo de Quaresma, mesmo não dispondo de nenhuma oportunidade flagrante, ao contrário do Porto que para além dos golos marcados dispôs de vários lances para levar para o balneário um resultado ainda mais dilatado. A segunda parte trouxe um jogo relativamente diferente, com a equipa a baixar no terreno e a iniciar a habitual gestão do resultado, e pese embora o golo dos vilacondenses e consequente pressão na procura do empate, o Porto foi sempre mais perigoso e acabou por confirmar a vitória com um importante golo de Hernâni, que começa assim a revelar-se com uma excelente alternativa nas faixas do ataque da equipa.

Começando a partir dos primeiros minutos da partida a exercer uma pressão intensa sobre o Rio Ave, tornou-se óbvia a intenção da equipa do Porto em encostar o adversário à sua linha defensiva, não
(forte pressão do Porto condicionava
o jogo dos vilacondenses)
permitindo qualquer surpresa vinda dos pés dos criativos da equipa, Diego Lopes, Ukra e Del Valle, que foram sempre extremamente bem vigiados e partindo com velocidade e critério para a frente de ataque, com Quaresma e Brahimi a criarem desde muito cedo interessantes desequilíbrios que faziam prever um golo dentro dos primeiros quinze minutos, que acabou mesmo por surgir, apesar de ter sido anulado numa incompreensível decisão do árbitro auxiliar. Mesmo com vários minutos de intensos protestos, vindos tanto do banco como dos próprios jogadores, a equipa não perdeu o norte relativamente àquele que continuava então a ser o seu objectivo, e manteve-se fortíssima na pressão que exercia sobre o adversário, com o meio-campo e os extremos - que estiveram imensamente solidários no processo defensivo - a recuperar rapidamente a bola e a procurar chegar ao último terço do campo do Rio Ave, sobretudo pelas alas. Não era portanto de estranhar, à imagem do que havia acontecido diante do Estoril, que durante os primeiros vinte minutos Quaresma tivesse já realizado três excelentes assistências para golo, que infelizmente não foram aproveitadas da melhor forma. Foi então a partir daí que Danilo e Alex Sandro começaram a envolver-se de um modo mais efectivo no jogo ofensivo da equipa, tendo sido sem surpresas que os dragões conseguiram chegar à vantagem. E pese embora ter existido uma tentativa por parte do adversário em sacudir um pouco da pressão inerente ao golo sofrido, o Porto continuou extremamente seguro, com um meio-campo muito bem povoado e organizado, com Óliver a apresentar-se como o expoente máximo da capacidade de luta e desarme e qualidade de passe e movimentações. A pressão do Rio Ave ia diminuindo e apesar de alguns passes menos bem conseguidos por parte de Herrera a equipa permaneceu sempre muito coesa e em mais um momento patrocinado pelos nossos laterais, conseguiu mesmo chegar ao segundo golo, num fantástico remate em arco de Danilo, concluindo uma primeira parte de excelente nível. A intensidade do vento era grande em Vila do Conde, mas a do Porto era ainda maior.

A entrada na segunda parte seguiu exactamente os mesmos registos da primeira, com o Porto perto de marcar logo no reatar do encontro, com Aboubakar a voltar a desperdiçar um lance aparentemente
(Aboubakar; duas vezes isolado, duas
vezes sem conseguir sequer o remate)
acessível. Além de ter estado relativamente desligado da equipa, o avançado voltou a não conseguir concretizar mais do que um lance em que aparece isolado na cara do guarda-redes, possivelmente por adornar excessivamente as suas jogadas. Começa a ser já uma crítica repetida e é óbvio um certo ping-pong de opiniões entre os jogos em casa e fora, pois existe e cada vez mais declaradamente um Aboubakar a jogar na condição de visitado, e outro na condição de visitante. E este último simplesmente não convence, sobretudo por não conseguir concretizar oportunidades absolutamente alheias à sua (in)capacidade de jogar de costas para a baliza. Mesmo com o desacerto do camaronês, o Porto não desistiu de procurar o terceiro golo, que esteve muito perto de aparecer pelos pés de Alex Sandro, que por duas vezes obrigou a defesa do Rio Ave a retirar a bola praticamente em cima da linha de baliza.
A partir daí, a equipa assume um estilo de jogo baseado em transicções - com Lopetegui a introduzir e bem Hernâni no jogo -, com os azuis e brancos a recuarem bastante mais no terreno mas com os laterais a avançarem de forma contínua para a frente de ataque. Era indiscutível que o Porto continuava dono e senhor do encontro - sobretudo devido à quase heróica capacidade do meio-campo em dominar de forma absoluta o jogo interior adversário-, mas o recuar no terreno da equipa que não foi devidamente
(impressionante a forma como o meio-campo do Porto rapidamente
se recompunha, sempre com uma excelente pressão sobre o portador da bola)
acompanhado por Danilo e Alex Sandro acabou por expor o Porto a alguns sobressaltos, sobretudo pela direita onde o nosso capitão demonstrava já sinais de cansaço, precisamente por onde Marvin furou, assistindo Tarantini para o golo do Rio Ave.
Por esta altura eram já vários os jogadores portistas que se ressentiam da intensidade e entrega que tinham mostrado até ao golo adversário, pelo que os elementos de Pedro Martins tentaram de forma bastante célere alcançar o golo do empate, mas mesmo com o coração nas mãos a nossa equipa não se partiu, e a entrada de Rúben Neves em campo ajudou a segurar um precioso triunfo que acabou reforçado num lance de contra-ataque, com Hernâni a concluir uma excelente jogada com mais um remate em arco, sem hipóteses para Ederson. A forma inteligente como o Porto pressionou a linha defensiva do Rio Ave após o golo sofrido, evitando que a bola chegasse rapidamente e pelo chão aos principais elementos desequilibradores dos vilacondenses foi também vital para garantir que o adversário não chegasse com critério a zonas do terreno próximas da nossa grande área.
No final, e apesar de alguns sobressaltos, o resultado peca por curto, pois a exibição que a equipa realizou merecia uma vantagem mais alargada.

A reter: considerando aquele que é o nosso próximo adversário, parece-me pertinente fazer uma análise a alguns aspectos isolados em que a equipa ou alguns elementos da mesma precisam de melhorar substancialmente de forma a que as próximas duas semanas não se decidam negativamente por pormenores que já deveriam estar interiorizados desde o início da época:

  • Não me considerando o maior defensor de Herrera, é inegável a sua entrega ao jogo, a capacidade de pressão e a relativamente boa capacidade de passe que possui, mas é obrigatório que melhore neste último capítulo, especialmente quando circula a bola para a linha defensiva, pois tende a ser extremamente displicente, entregando várias vezes o esférico ao adversário em zonas do terreno absolutamente proibidas; por outro lado, seria interessante ver o mexicano a procurar o golo de uma forma mais eficiente. Sendo um jogador que chega de forma bastante simples à área adversária, consegue invariavelmente encontrar espaços para tentar o remate, mas raramente o faz, mesmo sabendo que a sua capacidade de finalizar é de forma relativamente consensual elogiada;
  • A necessidade de evitar certos registos técnicos que tão raras vezes se apresentam com bons resultados é imperativa. Lances de calcanhar como os que vemos várias vezes com Casemiro, Herrera e Brahimi não podem existir, sobretudo considerando que a capacidade de equipas como Bayern e Benfica em aproveitar esse tipo de erros é infinitamente superior quando considerando equipas como o Estoril ou Rio Ave;
  • Uma maior objectividade quando em zonas próximas da área adversária. Não raras vezes é possível vislumbrarmos Brahimi a recriar-se com a bola nos pés, até mesmo quando já se encontra dentro da grande área. Conseguir encontrar esses espaços é o mais difícil, portanto a importância está numa decisão mais célere na definição desses lances;
  • (falta de reacção nas bolas paradas
    defensivas quase permite um golo ao Rio Ave)
  • Por fim, parece existir uma dificuldade clara na equipa do Porto em reagir a determinados lances no capítulo defensivo, sobretudo em jogadas de bola parada. A equipa raramente reage aquando de um cabeceamento do adversário, que quando é efectuado para um companheiro de equipa e não para a baliza acaba por permitir uma oportunidade flagrante, pois o jogador que recebe a bola acaba por ficar completamente isolado. Foi assim que sofremos o golo que nos eliminou da Taça da Liga, e por muito pouco ia sendo assim que sofríamos um golo do Rio Ave, ainda nos primeiros cinco minutos da segunda parte. 

Relatório de Empréstimos - 14/04/15


Esta semana o relatório aparece desfalcado, devido à paragem das competições turcas devido ao incidente com o autocarro do Fenerbahçe (ver aqui), sendo que todos os jogos foram adiados. Outras surpresas foram surgindo ao longo da semana: o Parma, quase condenado à descida da Série A, luta agora para manter o seu orgulho e luta bem. Venceu dois jogos consecutivos e um deles, imagine-se contra a Juventus. O herói da outra vitória, contra a Udinese, é que nos interessa: Silvestre Varela. Tal como a sua equipa, Varela parece recuperar a sua confiança e marcou o golo solitário que deu a vitória ao Parma. Esperemos que nesta reta final, Varela consiga fazer mais destas exibições e que dê ao FC Porto aquilo que ainda lhe falta dar: uma venda com lucro.
No topo da tabela continuam as incógnitas: Mauro Caballero e Pedro Moreira, dos mais utilizados até agora, começam a sentar no banco de suplentes, e estão longe do rendimento da primeira volta. Ghilas continua com problemas com o treinador (ver aqui) e não jogou no primeiro jogo da semana, frente ao Corunha. Está a ser um jogador polémico no seu empréstimo, mas por um lado compreende-se: o Córdoba é último do campeonato e as chances de Ghilas vestir novamente a camisola do FC Porto são escassas, ainda por cima com o rumor de que Alberto Bueno estará a caminho. Não é fácil, mas ao que Ghilas aspira, tem de saber lidar com este tipo de frustrações.
O Nacional de Tiago Rodrigues falhou o acesso à final da Taça de Portugal, que voltou a ser titular tanto na Taça como na Liga, tendo mesmo feito mais uma assistência de bola parada. Para um FC Porto que tão pouco faz nestes lances, temos aqui um jogador mais que preparado para assumir essa posição e render, na próxima época.
No último jogo da semana, o Estoril venceu o Paços de Ferreira por 1-0, sendo que Kléber regressou de lesão e fez os 90 minutos, sendo apenas substituído nos descontos. Também Tozé fez o jogo quase completo sendo substituído no final da partida, tendo no entanto deixado a sua marca no jogo: ganhou um penalty, tendo depois desperdiçado a oportunidade, mas não se deixou ir abaixo marcando um golo 2 minutos depois numa jogada de insistência na área do Paços.
Walter fez 90 minutos na sua despedida do Fluminense e ruma agora ao Atlético Paranaense mas a pendência da dívida ao FC Porto continua (ver aqui): ou 2 milhões de euros ou 2 jogadores da formação do Flu. Outra boa notícia pelo Brasil foi o regresso de Kelvin à convocatória depois de se ter lesionado em 27 de Janeiro. Ainda não jogou, mas deve estar para breve a estreia pelo Palmeiras, esta época. Vejam de seguida a tabela com todos os números e incidências desta semana e ainda as imagens dos melhores momentos dos emprestados do FC Porto:


Golo de Varela (1:27):

Assistência de Tiago Rodrigues:
Golo de Tozé:

E fez-se magia



Após os dois desaires consecutivos na Madeira diante de Nacional e Marítimo, onde o Porto demonstrou uma estranha letargia após uma excelente série de vitórias, o Dragão voltou a receber um jogo da nossa equipa que aproveitou para registar mais uma expressiva vitória que coloca de novo a diferença pontual entre Benfica e Porto em apenas três pontos e que ajuda a equilibrar as contas relativamente à diferença entre golos marcados e sofridos, factor que poderá ser de uma importância vital caso o resultado do jogo entre ambas as equipas na trigésima jornada corresponda ao alcançado na primeira volta, desta feita claro está com vantagem portista. E na última segunda-feira, a jogar perante o seu público, os jogadores do Porto perceberam que tinham a responsabilidade de corrigir os dois últimos resultados, sobretudo através de um ajuste de personalidade e atitude, algo que foi indubitavelmente alcançado. Num jogo de sentido exclusivo, a equipa controlou o jogo desde início e sacudiu com mestria toda e qualquer pressão que pudesse ter restado dos jogos frente aos madeirenses, não permitindo a que o Estoril rematasse uma única vez com um mínimo de perigo à baliza de Fabiano e criando de forma constante oportunidades interessantes para alcançar o golo. Os cinco golos sem resposta apresentam-se como plenamente justos, face ao avassalador domínio apresentado pela equipa, que coroou com uma excelente exibição a décima vitória consecutiva no estádio do Dragão.

A partida iniciou-se como tantas outras jogadas em casa, com o Porto desde bem cedo a executar uma sufocante pressão que impedia a equipa do Estoril de sair a jogar com critério, obrigando ao erro e recuperando assim a bola de forma extremamente rápida, partindo desde cedo para jogadas interessantes na frente de ataque. O meio-campo demonstrava-se extremamente ágil, bem mais
(forte pressão retirava linhas de passe
à equipa do Estoril)
dinâmico que nas duas últimas partidas, algo que permitiu que a circulação de bola fosse feita com uma temporização bem mais à imagem daqueles que são os princípios de jogo do Porto. Não foi portanto de estranhar que nos primeiros quinze minutos Brahimi - que se apresentou a um nível bem mais positivo quando comparado com os últimos jogos que realizou - e Quaresma tivessem levado muito perigo junto da baliza de Vagner, fazendo adivinhar que a noite podia ser de um deles. Do outro lado, a estratégia do Estoril passava por evitar a todo o custo a construção a partir da linha defensiva, tentando explorar a velocidade de Sebá pela direita, onde a bola era invariavelmente colocada, mas Alex Sandro e Indi responderam sempre com muita eficácia a todas as tentativas, impedindo que a equipa adversária tivesse bola por muito tempo. Sempre que arriscava o passe curto, o Porto era rápido a colocar uma primeira linha de três homens na primeira fase de construção da equipa de Fabiano Soares, que impedia o adversário de se organizar devidamente. Quando a bola
(linhas do Estoril afastadas permitiam que o
meio-campo caísse em cima do portador de bola)
encontrava o seu caminho para o meio-campo, os laterais e médios do Porto estavam de forma célere prontos a desarmar qualquer que fosse o portador da bola, pelo que o Estoril desistiu desde bem cedo de procurar alternativas diferentes às bolas bombeadas para Sebá e Balboa, que na verdade não trouxeram qualquer melhoria à equipa, sobretudo por estarem incrivelmente isolados face ao posicionamento das suas linhas defensiva e média.


O Porto passa então a controlar todas as operações do encontro, deixando de existir adversário fora
(jogadores da frente do Estoril sempre
demasiado desacompanhados)
do plano defensivo. Com Casemiro a explorar de forma quase perfeita as longas variações de jogo, cedeu a Brahimi a oportunidade de criar perigo por diversas vezes, mas a pontaria do argelino não estava propriamente afinada. Coube então ao flanco oposto assumir o jogo ofensivo da equipa, com Danilo e Quaresma a combinar de uma forma soberba, deixando a defesa do Estoril sem mãos a medir perante a intensidade que ambos impingiam no flanco direito do ataque portista. Quaresma começava assim a assumir-se como o principal protagonista do jogo, não só pela excelente contribuição ofensiva mas também pela disponibilidade que entregou à equipa nos momentos de pressão e recuperação de bola, que juntamente com a rotação do meio-campo e dos laterais impedia a equipa adversária de respirar. Também Óliver, pelo centro, foi preponderante na forma como levava a equipa para a frente mesmo quando pressionado por dois ou mais jogadores do Estoril. E foi aproveitando a forma como o meio-campo se comportou, com Casemiro a fazer denotar a sua habitual agressividade e rápida condução de bola e Herrera, que apesar de não ter rubricado a melhor das exibições soube ser aquilo que Evandro não conseguiu nos últimos jogos que realizou pelo Porto, a assumir por diversas vezes o jogo da equipa, mesmo que com muitos passes falhados pelo meio, que Danilo e Alex Sandro aproveitaram para subir ainda mais no terreno, assumindo praticamente a posição de extremos, com Quaresma e Brahimi não raras vezes a procurarem movimentos interiores - ajudando na construção de jogo por zonas mais centrais - e triangulações com os laterais.
Aboubakar não mais era o corpo estranho que habitou no centro do ataque da equipa nos últimos jogos fora de casa, conseguindo acertar várias combinações interessantes e muito mais competente a fazê-lo de costas para a baliza, denotando uma maior facilidade em ser uma adição de valor à equipa em jogos com relvados em condições mais favoráveis ao estilo de jogo que tão bem nos caracteriza. Não foi portanto de admirar que os golos chegassem, com Quaresma pela direita a assistir por duas vezes na perfeição Óliver e Aboubakar, que aproveitaram para acabar com as dúvidas ainda antes do intervalo.

A segunda parte trouxe mais do mesmo, com o Porto a entrar novamente muito forte e com claras intenções de dilatar o marcador, algo que conseguiu desde bem cedo. A entrada de Rúben Neves em campo permitiu que a equipa gerisse de forma mais serena a posse de bola, recuando um pouco mais
(recuo na pressão na segunda parte
já com o resultado em 3-0)
no terreno e estabilizando os tempos de jogo, já a pensar na partida de sábado em Vila do Conde, diante do Rio Ave. Ainda assim, qual Harry Potter, Quaresma voltou a aparecer para fazer outro golo, com um grande drible sobre Vagner, concluindo a partida com duas assistências e outros tantos golos. Pelo meio, uma brilhante combinação entre Aboubakar, Hernâni e Danilo deu ao brasileiro o golo da noite, inteiramente merecido pela sua entrega total, mostrando no primeiro jogo após a confirmação da sua venda ao Real Madrid que a braçadeira de capitão lhe assenta e de que maneira.
(saída em falso de Fabiano)
O único momento menos positivo da partida foi sem dúvida mais uma preocupante saída da baliza de Fabiano, que por pouco não deu um golo ao adversário. Pelo caminho, voltou a embater num jogador do Porto, desta feita Marcano, que felizmente saiu do lance em melhores condições que Danilo, diante do Basileia.
A equipa soube compreender a necessidade de corresponder perante os nossos adeptos e mostrou querer continuar com a intenção bem clara de reclamar a camisola amarela, bem ao contrário do Estoril, que foi sem grandes dúvidas uma das piores equipas a apresentar-se no Dragão esta época.

Relatório de Empréstimos - 08/04/15


Após uma semana de paragem, devido aos jogos das seleções, os jogadores emprestados pelo FC Porto estão de volta à ação. Com o aproximar do final da época, e consequente retorno deste grupo de jogadores ao seu clube-mãe, a atenção sobre os seus desempenhos semana após semana é redobrado e começa-se a pensar se aquilo que os jogadores fazem é o suficiente para merecer uma oportunidade no FC Porto. Um dos jogadores que tem estado em destaque nesse sentido é Tiago Rodrigues. Depois de um empréstimo fracassado no V. Guimarães na época passada e uma passagem fugaz pela equipa B, mas apenas por não ter conseguido ser colocado no início da época, eis que Tiago Rodrigues começa a mostrar que é um jogador de 1ª Liga e poderá até aspirar a um lugar no FC Porto. Em pouco menos de meia época tem quase 1000 minutos entre 1ª Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga, e leva 3 golos e 4 assistências. De notar que é o jogador (dos que apenas saíram em Janeiro) com mais minutos e melhor rendimento e pode-se até dizer: melhor que jogadores com quase o dobro dos jogos, avançados inclusive. Esta semana mostrou isso mesmo marcando o golo de honra do Nacional no Estádio da Luz e fazendo um bom jogo, apesar de apenas ter entrado ao intervalo.
Quem faz também uma boa segunda parte da época é Célestin Djim. Algo desconhecido dos adeptos portistas, já que pouco jogou na equipa B no início da época, o jovem emprestado ao Freamunde tem estado em boa forma e dá mostras de ter potencial. Marcou mais um golo, desta feita de livre direto, e já leva 4 na 2ª Liga e ainda uma assistência. Esperemos por um empréstimo mais competitivo na próxima época para realmente provar o valor deste jovem jogador.
Quem voltou a fazer aquilo que sempre fez bem foi Varela, que depois de 650 minutos conseguiu (finalmente) fazer alguma coisa: uma assistência para golo. Não que seja fácil jogar numa equipa completamente destruída por problemas extra-futebol, visto que desde que Varela chegou apenas 4(!) golos foram marcados, mas daqui se retira que empréstimos feitos sem critério e sem nexo levam a maus desempenhos dos jogadores e em nada beneficiam o FC Porto. Vejam de seguida o relatório completo e também as imagens dos melhores momentos protagonizados pelos emprestados do FC Porto nesta semana:


Golo de Tiago Rodrigues:
Golo de Célestin Djim (0:17):
Assistência de Varela (0:57):

Carlos Pereira, um freteiro ao seu serviço


Logo depois do Futebol Clube do Porto ser eliminado pelo Marítimo da Taça da Liga surgiu a notícia que os dois finalistas da competição, o citado Marítimo, e o Benfica acordaram adiar a final da data originalmente prevista, o dia 25 de Abril, para o dia 28 de Maio, uma quinta-feira logo após o final do campeonato.

Antes de se tecerem considerações sobre o assunto, é importante tentar descortinar o que passou pela cabeça do iluminado que resolveu agendar uma jornada do campeonato e a final da Taça da Liga para o mesmo fim de semana. É verdade que tal sucede em Inglaterra, mas lá o campeonato tem 38 e não 34 jornadas, como aqui em Portugal e a final disputa-se bem mais cedo, numa altura bem menos decisiva do campeonato. Pela lógica, os jogos dos clubes envolvidos na referida final seriam adiados para a quarta-feira seguinte. Sucede que o sorteio do campeonato ditou que, na jornada 30, a tal marcada para o fim de semana de 25 e 26 de abril, se defrontem Porto e Benfica. Obviamente que o Benfica zelou pelos seus interesses e tentou adiar a final, para não ter que disputar uma final de uma competição e um jogo, que se afigura decisivo para as contas do título, em três dias, enquanto o Porto teria uma semana de descanso entre a ida a Munique e o jogo na Luz. Mais a mais, o Benfica-Porto seria disputado, provavelmente, a uma quarta-feira, e o Benfica tem pouca prática em jogar a esse dia da semana e, num jogo tão equilibrado, todos os pormenores contam. Assim sendo, faz todo o sentido a vontade do Benfica.

O que se torna estranho é o consentimento do Marítimo. Vejamos, o Marítimo está a meio da tabela, e é uma das equipas que já tem a vida quase resolvida. As competições europeias são uma miragem, dada a distância pontual e o número de equipas à sua frente. Pela mesma lógica, o fantasma da despromoção não assusta ninguém. Ou seja, o Marítimo já quase não tem responsabilidades no campeonato, que não sejam manter o brio e a dignidade do clube e dos atletas e tinha uma excelente vantagem competitiva em jogar a final no dia 25 de Abril. Apanharia, por certo, o Benfica já a pensar no jogo com o Porto, muito possivelmente com uma série de poupanças de jogadores e o jogo decorreria a um sábado, permitindo a vinda de mais madeirenses ao Continente para assistir à partida. Mas o Marítimo resolveu ser bom samaritano e, ao contrário do jogo com o Porto onde também teve interesse em adiar, só sai prejudicado com este adiamento. Vai defrontar um Benfica focado unicamente na conquista do troféu, uma vez que o jogo decorrerá após o final do campeonato e vai jogar a uma quinta-feira, com muito menos adeptos na bancada a assistir.

Fantástico, Carlos Pereira. Fantástico. Tão zeloso ele foi ao impedir o Porto de treinar na Madeira por coincidir com um treino do Marítimo... C, e agora predispõe-se a fazer um monumental frete ao Benfica, prejudicando dantescamente as já reduzidas chances maritimistas de conquistar o troféu.

Por fim, e para colocar a cereja no topo do bolo, adivinhem caros leitores, com quem joga o Benfica na última jornada do campeonato, a tal que vai decorrer três dias antes da final da Taça da Liga? Eu ajudo, é um clube que à data de hoje já tem o campeonato praticamente resolvido e é um clube que vai ter o jogo mais importante dos últimos dez anos três dias depois e que, como tal, terá todo o interesse em fazer poupanças. Sim, é o Marítimo.

Bater na Madeira


Como aparentemente, não há duas sem três, e no caso da Taça da Liga nem há sete sem oito, o Porto voltou a esbarrar na Madeira e a perder a oportunidade de vencer uma competição que vai fugindo desde a data da sua criação. Especule-se se existe ou não uma real vontade de a vencer, a verdade é que na última quinta-feira e aquando da entrada para a última meia-hora do encontro, quando já nos encontrávamos em desvantagem, Lopetegui recorreu a Tello, Brahimi e Gonçalo Paciência para tentar dar a volta ao resultado, mesmo que tais mudanças se traduzissem em pouco mais do que um aumento na quantidade de jogadores presentes no último terço do terreno de jogo. Não deixando de existir, apesar da tentativa clara de vencer o jogo, uma ligeira gestão de esforço, a intenção nunca seria sair derrotado de mais um jogo diante de uma equipa que nos tem como um dos grandes rivais, tendo em conta que tal resultado nos afasta de mais uma competição, tornando-se assim cada vez mais real a possibilidade do Porto não conquistar qualquer troféu nesta temporada (frisando que vencer a Taça da Liga apenas contaria como a conquista de um título no plano meramente estatístico).

Curiosamente, este jogo pode ser resumido numa leitura semelhante ao último jogo que a equipa disputou na Madeira, frente ao Nacional há um par de semanas. Com um onze relativamente remodelado - mas do agrado da grande maioria dos portistas -, como seria de esperar se tivermos em conta a competição na qual o jogo estava inserido e o facto de muitos jogadores habitualmente utilizados terem regressado há muito pouco tempo dos compromissos com as suas selecções nacionais, a equipa sentiu desde cedo uma intensa pressão por parte do Marítimo, que conseguiu criar perigo no primeiro minuto do encontro, perante uma passividade de quem definitivamente não esperava tal começo. No entanto com a estabilização da partida veio também a definição daquela que seria a estratégia do Porto. Acreditando ou não na referida gestão de esforço, percebeu-se desde cedo que o meio-campo portista seria engolido face à dinâmica de jogadores como Danilo e Bruno Gallo,
(marcação cerrada não permitia ao Porto
explorar jogo interior)
que mostraram estar sempre mais disponíveis para o jogo que o meio-campo portista, mesmo que Casemiro e Óliver tivessem demonstrado a intensidade necessária para combater tal superioridade, apesar de por detalhes mais técnicos do jogo não o terem na verdade conseguido. Dito isto, a ideia de recorrer ao passe longo sobretudo devido ao afastamento das linhas avançadas e de meio-campo tornou-se como o factor único de desenvolvimento de jogo ofensivo por parte do Porto, com Óliver a demonstrar - para além de uma entreajuda no flanco esquerdo a nível defensivo - uma qualidade técnica invejável, conseguindo isolar por diversas vezes Hernâni, que apesar de não ter sido feliz em nenhum dos lances que tão bem conduziu pela esquerda do ataque, mostrou poder ser uma alternativa mais que viável para a equipa, faltando-lhe apenas um melhor poder de decisão - que certamente terá sido influenciado pela pressão de estar a realizar o seu segundo jogo como titular pela equipa - para atingir um patamar extremamente interessante. E a capacidade do Porto em subir no terreno durante os primeiros minutos limitou-se a estas desmarcações, o que causava alguma preocupação, até pela relativamente baixa taxa de sucesso que os passes longos têm no nosso futebol.


Após um período de jogo mais anárquico, a equipa começou a procurar uma maior saída pelo centro do terreno, mas as dificuldades causadas pelo meio-campo dos insulares eram perfeitamente óbvias. Óliver era obrigado de forma constante a baixar no terreno, criando assim uma linha de dois com
(Óliver era constatemente obrigado
a recuar para apoiar Casemiro)
Casemiro no início da construção de jogo, o que obrigava Evandro a ficar demasiado isolado no meio-campo ofensivo, e que sobretudo pelas suas características de se esconder demasiadas vezes do jogo, fazia com que o Porto nunca encontrasse soluções viáveis no estilo que tanto gosta de implementar, recorrendo invariavelmente às longas variações que se iam tornado com o passar dos minutos cada vez mais infrutíferas. O Marítimo conseguia ter bola, conseguia respirar com extrema facilidade no seu meio-campo e encontrar por diversas vezes Marega, avançado que foi uma constante dor de cabeça para a defesa do Porto.

(fraca pressão de Aboubakar permitia
que o Marítimo saísse com facilidade)
Mesmo com a aparente serenidade da equipa de Ivo Vieira, que era traduzida em grande parte por uma preocupante ausência de pressão da nossa equipa face a Bauer e Raul Silva, defesas centrais adversários que sem grande dificuldade avançavam praticamente até ao meio-campo permitindo à equipa madeirense desdobrar-se no terreno, fomos conseguindo implementar o nosso jogo, até porque a nível defensivo, sobretudo por Maicon (na minha opinião de novo o melhor em campo do Porto) e José Ángel, fomos conseguindo estancar grande parte do possível perigo do Marítimo.



O problema estava efectivamente em conseguir atacar com qualidade, e para isso existiram vários factores de ordem técnica e táctica que tornaram a nossa tarefa bem mais complicada que o habitual. Casemiro aparecia com instruções claras de não subir tanto quanto habitual no terreno e Evandro mostrava-se sempre alheado do jogo da equipa, tendo sido difícil de o ver em campo durante toda a primeira parte, se excluirmos o pontapé que nos colocou em vantagem. Se tal não bastasse, a dificuldade de Aboubakar em ligar jogo com muitos passes falhados impedia a equipa de criar desequilíbrios claros (fazendo aqui a ressalva que Aboubakar é um jogador que pensa bem o jogo, mas que com o seu estilo mais atabalhoado tem sempre imensas dificuldades quando o terreno de jogo está em mau estado, falhando recepções básicas e passes que podiam levar muito perigo à baliza adversária), que apenas se mostrou competente pelo flanco esquerdo, com José Ángel a aparecer de forma muito positiva com dois cruzamentos de grande nível que parecem mostrar que o espanhol de facto possui atributos suficientes para ser titular no Porto quando Alex Sandro abandonar o clube.

A equipa percebeu que precisava de executar uma pressão mais intensa para poder fechar o cerco ao Marítimo e alcançar o golo ainda antes do intervalo, que foi exactamente aquilo que fez. Uma maior pressão no início da construção adversária, algo que é habitual nos jogos no Dragão, fazendo com
(início de uma pressão mais intensa
que obriga ao erro do Marítimo)
que conseguíssemos recuperar a bola de forma bastante rápida. Casemiro passa a subir mais no terreno, a equipa liberta Óliver e Evandro que passam a ter mais bola pelo centro e a vantagem acaba por chegar com alguma naturalidade, mesmo que sem qualquer oportunidade flagrante anterior. A partir daí o Porto relaxa de uma forma pouco natural, permitindo ao Marítimo começar a voltar a ser perigoso. Praticamente sempre pelo nosso flanco direito, onde Quaresma e Evandro pouco ajudavam, deixando por diversas vezes Ricardo exposto a Rúben Ferreira e Xavier, os insulares acabaram por

(falta de apoio no flanco direito deixou
Ricardo demasiado exposto)
aproveitar as gritantes debilidades defensivas do nosso lateral para virar o resultado em menos de dez minutos.








A entrada na segunda parte acabou por não demonstrar uma resposta por parte de quem via mais uma competição a fugir-lhe das mãos. O Marítimo voltou a mandar no jogo e a qualidade de jogo do Porto mantinha-se idêntica à do primeiro tempo, algo que agradava ainda menos visto que entramos para os últimos 45' a perder. Apenas por Óliver a equipa conseguia respirar algum tipo de brilhantismo, mas tal não era suficiente até porque os três da frente apresentavam muitas dificuldades em ligar o seu futebol. As entradas de Brahimi e Tello nada mais do que individualidades trouxeram à equipa, que continuava a desperdiçar lances de ataque antes mesmo dos mesmos se tornarem perigosos, permitindo que o adversário gerisse de forma minimamente tranquila a vantagem. Quaresma chegou
(Quaresma pelo centro, libertando Ricardo e
tentando corrigir erros de Evandro)
a ir para o centro do terreno (fazendo de Evandro, já que nem o próprio fazia o seu lugar), permitindo a subida de Ricardo para se colocar praticamente como extremo mas os seus cruzamentos, como já é habitual, seguiam com pouca técnica e ainda menos critério. Tanto é que quando Ricardo saiu de campo e Maicon ocupou a sua posição, mostrou ser bem mais perigoso, algo que poderá ser preocupante quanto ao futuro do
português na equipa do Porto.

E realmente não é possível pôr em palavras muito mais daquilo que foi a segunda parte. Péssimo futebol, uma pressão ainda mais eficiente por parte do Marítimo, passes longos com uma taxa de aproveitamento próxima do zero e demasiadas falhas técnicas para podermos aspirar a algo mais que a derrota. Num jogo em que o adversário não foi em nada mais perigoso que nós, a forma como souberam controlar os tempos de jogo depois de estarem a vencer torna este resultado relativamente justo, sobretudo devido à incapacidade e displicência que demonstramos durante grande parte do jogo, que nunca nos permitiu incomodar Salin.

E como batemos três vezes na Madeira, resta esperar que não tenhamos (mais) azar no futuro.