Trafulhices
Veio hoje a público que a Câmara de Lisboa, presidida pelo maior candidato a primeiro-ministro deste país, António Costa, aprovou a isenção do pagamento de taxas urbanísticas numas obras de ampliação de instalações do Benfica no singelo valor de 1,8 milhões de euros. Peaners, diria Jorge Jesus.
Ao mesmo tempo, descobriu-se também hoje que a maioria das instalações de que o Benfica dispõe junto ao estádio da Luz estão ilegais. Ou seja, ao contrário das construções ilegais da Ria Formosa, que estão a ser demolidas, a Câmara de Lisboa, não só nada faz para punir o Benfica, como vai a correr legalizar o que estiver ilegal e ainda premeia o clube com uma simpática isenção do pagamento de 1,8 milhões de euros. Numa altura em que Portugal ainda tenta livrar-se de uma brutal crise, numa altura em que os portugueses estão sobrecarregados de impostos, numa altura em que há problemas de falta de dinheiro nas famílias, na educação e na saúde, A Câmara de Lisboa, usando o dinheiro dos contribuintes, permite-se oferecer benesses desta índole.
Luís Filipe Vieira volta a manipular gente influente tranquilamente. Desta vez, levou a velha conversa dos lugares na Liga a um outro nível, o nível dos lugares de decisão política. Imagine-se se António Costa chegar a primeiro-ministro. Irá pagar o salário a Jorge Jesus? Pagar as contratações do Benfica? Isentar o clube de impostos? Uma coisa é certa, não irá legalizar as drogas, caso contrário arrisca-se a acabar com certos e determinados negócios.
Luís Filipe Vieira volta a manipular gente influente tranquilamente. Desta vez, levou a velha conversa dos lugares na Liga a um outro nível, o nível dos lugares de decisão política. Imagine-se se António Costa chegar a primeiro-ministro. Irá pagar o salário a Jorge Jesus? Pagar as contratações do Benfica? Isentar o clube de impostos? Uma coisa é certa, não irá legalizar as drogas, caso contrário arrisca-se a acabar com certos e determinados negócios.
A Liga e a FPF estão a dormir. E os clubes, não acordam?
Mais um fim-de-semana nas provas organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol e pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, mais do mesmo. Mais violência, mais confusão, mais animais nos estádios e, até ver, não se passa nada.
Tudo começou no passado sábado, num jogo de futsal entre o Benfica e o Sporting, no qual a pseudo-claque organizada que não existe, nem é apoiada mas que anda em todos os estádios, os No Name Boys, exibiram, numa demonstração do nível que grassa por aquelas bandas, uma tarja alusiva ao adepto do Sporting assassinado por um membro dessa mesma claque numa final da Taça de Portugal, enquanto entoavam cânticos de gozo e escárnio sobre a situação. No dia seguinte, a mesma claque resolveu, não contente com o espectáculo protagonizado de véspera, presentear os adeptos do Sporting com uma chuva de petardos e tochas que deixaram alguns adeptos leoninos com ferimentos.
Por outro lado, os adeptos do Sporting, resolveram seguir o belo exemplo dado pelos vizinhos da 2ª Circular e resolveram mostrar faixas alusivas a Eusébio da Silva Ferreira, cujo nome só escreverei uma vez, não vá alguém achar que o Nuno Luz escreve para o Mística e a três infelizes adeptos do Benfica que faleceram, também anos 90, na estrada, no regresso de uma viagem à Croácia para apoiar o Benfica.
Se já não bastasse a Liga e a Federação andarem a dormir e punirem com multas residuais os infractores, parece que os clube também não querem saber. No futebol há rivalidades e animosidades. São normais. Não pode haver lugar à violência. E não pode haver factos escamoteados, não pode haver "esquecimentos". Tem de partir dos clube. E têm de ser estes os primeiros a punir os prevaricadores. Eu teria ficado muito feliz se o meu clube tivesse tomado medidas para punir os adeptos que, nas imediações do estádio do Dragão, arremessaram pedras ao autocarro de um clube rival. O imbecil do Diabo de Gaia, famoso por agredir um auxiliar no estádio da Luz, continua impunemente a entrar no estádio do Benfica e a dar entrevistas ao canal oficial do clube. E os casuals do Sporting, protagonistas da largada de touros à porta do Dragão, continuam a entrar em Alvalade livremente, uma vez que, de acordo com a direcção leonina, não se consegue provar que eram adeptos sportinguistas, mesmo que a polícia diga o contrário.
Nem a propósito, o Sporting vem hoje anunciar o corte de relações com o Benfica, pelos motivos elencados acima. É legítimo. O que não é legítimo é que o Sporting não se dê ao trabalho, no mesmo comunicado, de repudiar e prometer agir contra os seus adeptos que também exibiram faixas de nível rasca. E não era difícil apanhar os culpados. Foram exibidas no sector afecto às claques.
Se nos podemos queixar da brandura das punições da FPF e da Liga, incapazes de interditar um estádio, também devemos olhar para os dirigentes sempre prontos a apontar o dedo aos rivais, e incapazes de um gesto de nobreza e dignidade de impedir certos animais de entrar no seu próprio estádio.

Se já não bastasse a Liga e a Federação andarem a dormir e punirem com multas residuais os infractores, parece que os clube também não querem saber. No futebol há rivalidades e animosidades. São normais. Não pode haver lugar à violência. E não pode haver factos escamoteados, não pode haver "esquecimentos". Tem de partir dos clube. E têm de ser estes os primeiros a punir os prevaricadores. Eu teria ficado muito feliz se o meu clube tivesse tomado medidas para punir os adeptos que, nas imediações do estádio do Dragão, arremessaram pedras ao autocarro de um clube rival. O imbecil do Diabo de Gaia, famoso por agredir um auxiliar no estádio da Luz, continua impunemente a entrar no estádio do Benfica e a dar entrevistas ao canal oficial do clube. E os casuals do Sporting, protagonistas da largada de touros à porta do Dragão, continuam a entrar em Alvalade livremente, uma vez que, de acordo com a direcção leonina, não se consegue provar que eram adeptos sportinguistas, mesmo que a polícia diga o contrário.
Nem a propósito, o Sporting vem hoje anunciar o corte de relações com o Benfica, pelos motivos elencados acima. É legítimo. O que não é legítimo é que o Sporting não se dê ao trabalho, no mesmo comunicado, de repudiar e prometer agir contra os seus adeptos que também exibiram faixas de nível rasca. E não era difícil apanhar os culpados. Foram exibidas no sector afecto às claques.
Se nos podemos queixar da brandura das punições da FPF e da Liga, incapazes de interditar um estádio, também devemos olhar para os dirigentes sempre prontos a apontar o dedo aos rivais, e incapazes de um gesto de nobreza e dignidade de impedir certos animais de entrar no seu próprio estádio.
Deixem Jorge Coroado falar
Nos últimos dias, o ex-árbitro Jorge Coroado, tem brindado os leitores de OJogo, com um conjunto frases que se revestem de enorme gravidade e que merecem ser explicadas.

Tudo começou após a patética arbitragem de Cosme Machado em Braga, num jogo a contar para a Taça da Liga. Na habitual rubrica "Tribunal d'OJogo" da pretérita quinta-feira, espaço onde três ex-árbitros analisam a arbitragem dos jogos de Porto, Benfica e Sporting, Jorge Coroado aprecia o trabalho de Cosme Machado como tendo sido "coerente consigo próprio, com a nomeação e com a razão desta". Ou seja, Jorge Coroado, anuncia que houve um propósito ao nomear o árbitro da Associação de Futebol de Braga. Ora, dado que a arbitragem foi pouco feliz, prejudicou gravemente o Futebol Clube do Porto - e quanto a esta parte, é só ler a opinião de Coroado sobre os vários lances polémicos do jogo, para se perceber que ele concorda que o Porto foi, em bom português, vergonhosamente roubado e que Coroado afirma que a arbitragem foi coerente com esse propósito, é possível inferir que, de acordo com Coroado, esse propósito não era que o jogo fosse correta e justamente arbitrado.
A trama adensa-se no dia seguinte, sexta-feira, dia 23, numa coluna de opinião em que, referindo-se à palhaçada de Braga, Jorge Coroado escreve que "O arbítrio daquela designação [de Cosme Machado], conjugadas com as previstas para encontros do próximo fim-de-semana [João Capela no Marítimo-Porto e Bruno Paixão no Paços de Ferreira-Benfica], só veio ajudar e dar azo a especulações com fundamento". Ou seja, Jorge Coroado liga a nomeação da Taça da Liga às do Campeonato, insinuando que as especulações que têm sido feitas sobre as ajudas ao Benfica têm razão de ser. Note-se que quer Capela, no Benfica-Gil Vicente, quer Paixão, no Nacional-Benfica ofereceram de mão beijada dois pontos cada ao actual líder do campeonato.

Por fim, na edição de hoje, outra vez no tribunal, Coroado escreve sobre os segundos de hesitação de Bruno Paixão antes de assinalar o penalty que deu a vitória ao Paços, período durante o qual deve ter engolido em seco três vezes: "Compreende-se quando a decisão puniu quem puniu, daí a hesitação no assinalar da falta". Ou seja, Coroado insinua que Bruno Paixão não queria marcar um penalty contra o Benfica, o que a juntar ao que escreveu anteriormente dá que pensar, e leva quem o lê a acreditar que há manobras de bastidores a justificar algumas arbitragens habilidosas que têm surgido nesta temporada.
Das duas, uma, ou Jorge Coroado sabe alguma coisa sobre o que se passa nos meandros do futebol poruguês, ou está a por em causa, descaradamente, a honra de Cosme Machado, João Capela, Bruno Paixão e de todo o Conselho de Arbitragem da FPF. Seja um ou outro motivo, era importante que Jorge Coroado se explicasse.
A trama adensa-se no dia seguinte, sexta-feira, dia 23, numa coluna de opinião em que, referindo-se à palhaçada de Braga, Jorge Coroado escreve que "O arbítrio daquela designação [de Cosme Machado], conjugadas com as previstas para encontros do próximo fim-de-semana [João Capela no Marítimo-Porto e Bruno Paixão no Paços de Ferreira-Benfica], só veio ajudar e dar azo a especulações com fundamento". Ou seja, Jorge Coroado liga a nomeação da Taça da Liga às do Campeonato, insinuando que as especulações que têm sido feitas sobre as ajudas ao Benfica têm razão de ser. Note-se que quer Capela, no Benfica-Gil Vicente, quer Paixão, no Nacional-Benfica ofereceram de mão beijada dois pontos cada ao actual líder do campeonato.

Por fim, na edição de hoje, outra vez no tribunal, Coroado escreve sobre os segundos de hesitação de Bruno Paixão antes de assinalar o penalty que deu a vitória ao Paços, período durante o qual deve ter engolido em seco três vezes: "Compreende-se quando a decisão puniu quem puniu, daí a hesitação no assinalar da falta". Ou seja, Coroado insinua que Bruno Paixão não queria marcar um penalty contra o Benfica, o que a juntar ao que escreveu anteriormente dá que pensar, e leva quem o lê a acreditar que há manobras de bastidores a justificar algumas arbitragens habilidosas que têm surgido nesta temporada.
Das duas, uma, ou Jorge Coroado sabe alguma coisa sobre o que se passa nos meandros do futebol poruguês, ou está a por em causa, descaradamente, a honra de Cosme Machado, João Capela, Bruno Paixão e de todo o Conselho de Arbitragem da FPF. Seja um ou outro motivo, era importante que Jorge Coroado se explicasse.