O mega-centro de Treinos em Pará de Minas

Ponto prévio: Durante os meados de 2011 circularam por terras de Veras Cruz, diversos rumores apresentavam um projecto quase megalítico que remetia para um centro de estágios/academia de futebol, para jovens brasileiros, numa área de 980 mil metros, área doada pela prefeitura de Pará de Minas com a promessa da construção de um centro que iria criar cerca de 800 postos emprego para além da dinamização que esta construção traria para a região.



Este projecto segundo a empresa local que apresentava mais detalhes que aqueles seriam de esperar numa história fruto da imaginação de um qualquer lunático, apontava para a possibilidade deste centro acolher a selecção nacional no Mundial de 2014 no Brasil, assim como um investimento de 44 Milhões de Euros realizado pela empresa Dragon Force. Este investimento contemplaria a construção de diversos campos de treino para além de reabilitação de um estádio com lotação para 15 mil espectadores, um hotel de luxo, e uma escola para garantir  a educação dos alunos da academia de futebol, e a transformação do estádio local numa arena multiusos.

Seria este um projecto de proporções sem par para com qualquer outra infraestrutura desportiva de um clube Europeu na América do Sul. Permitiria ao FC Porto não só obter preferência sobre os mais jovens talentos brasileiros, como de outros países vizinhos da ex-colónia portuguesa.
Este projecto seria conseguido e construído sob a alçada da Dragon Force em representação do Futebol Clube do Porto, com o apoio financeiro do parceiro económico BMG, o mesmo que pagou a construção do futuro Museu do Futebol Clube do Porto, que se espera ser inaugurado em Setembro deste ano.

Do céu até ao inferno, após um vazio de informações que durou quase dois anos, sabe-se agora que no passado mês de Setembro de 2012 a licença para o início da construção do Centro de Treinos esgotou-se, alegadamente, segundo o actualmente ex-prefeito da Pará de Minas, Zezé Porfirio,  os representantes do nosso clube alteraram à última da hora o projecto para os quase 1000 hectares cedidos pela prefeitura  de forma a que foi impossibilitado o avanço na construção desta infraestrutura.

Terminado o momento informativo, resta agora espaço para levantar uma série de questões, que pessoalmente me atormentam bastante já que desde os primeiros rumores sempre senti um grande entusiasmo pelo projecto.

Como é possível que um projecto de toda este envergadura, mesmo que financiado por terceiros, total ou parcialmente, nunca tenha sido discutido com os adeptos por exemplo em Assembleia Geral da SAD? Como é que o clube nunca veio a pública esclarecer todas estas informações, quando a imprensa brasileira apresentou sempre nomes e os responsáveis por este empreendimento, ligando o mesmo directamente ao Clube?

Como se explica que um clube profissional de futebol com a dimensão do Futebol Clube do Porto, deixe um projecto desta envergadura cair por terra, depois da prefeitura de Pará de Minas ter comprado os 980 hectares de terreno com o propósito de os doar ao clube?

E se por um lado numa primeira instância senti a necessidade de elogiar a visão empreendedora e excepcional dos nossos dirigentes em estudarem e avançarem com este projecto, sinto-me agora obrigado a criticar veemente a forma como este caso encontra um beco sem saída e cai por terra passando ao lado da esmagadora maioria dos adeptos do clube, que se encontram mais uma vez às escuras no que diz respeito aos desígnios do clube.

A construção de um Centro de Treinos e Academia de Futebol, delegação da Dragon Force desta envergadura na América do Sul não só seria benéfico desportivamente assegurando-se assim a preferência por talentos emergentes de toda a América do Sul como seria uma forma de o clube expandir a marca Porto noutro continente, e assim aumentar as possíveis fontes de receita do clube a médio-longo prazo. Pessoalmente, e apesar de defender a ideia de que um futuro economicamente sustentável do clube deverá obrigatoriamente passar por uma aposta continuada na formação, sou também da opinião que este tipo de opção não se resume à aposta em jogadores portugueses mas sim na minimização do investimento inicial para reduzir a necessidade de retornos records a cada nova contratação. 

De forma a terminar o presente desabafo deixo algumas hiperligações para as notícias nas quais me baseei durante a redacção deste artigo:

Notícia de ano de 2011:
http://inaciofranco.com.br/noticias.php?id=303
Notícias do ano de 2011 que apesar de estarem agora offline podem ser lidas no Fórum Somos Porto:
http://www.somosporto.org/index.php?topic=386.msg14636#msg14636 
Notícia do passado mês de Maio:
http://www.grnews.com.br/noticias/para-de-minas-news/82-parademinas/11765-apos-sonho-para-de-minas-acorda-sem-o-ct-do-porto.html

Por fim deixo ainda uma hiperligação para o Blog Pronúncia do Dragão que escreveu em 2011 um artigo muito completo sobre este assunto:
http://pronunciadodragao.blogspot.pt/2011/08/tudo-sobre-o-centro-de-treinos-no.html
Saudações Portistas.

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1 comentários

  1. Léon Rapacci Rodríguez10 de julho de 2013 às 21:53

    Finalmente, alguém que recupera algo que está adormecido nas mentes dos dragões mais desatentos. Eu também gostava de saber em que pé está este projecto e o que aconteceu para que o projecto não se tenha iniciado a tempo e horas.... Alguém burlou alguém. Carlos Alberto Silva foi enganado por alguém que se queria abotoar aos terrenos ou ao capital do investimento. Recordo que o FC Porto não ia investir qq dinheiro neste projecto, cedendo apenas o naming e o know-how, mas de qualquer forma gostava de perceber o que aconteceu a um dos projectos mais promissores da História do nosso clube.


    FC Porto, Cádiz

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