[Pré-Época] Millonários 0 x FC Porto 4


Durante a primeira parte, a máxima de que o ataque é a melhor defesa foi comprovada sempre com um grande ritmo, com uma troca de bola rápida, curta a maior parte das vezes, e ao primeiro toque sempre que possível. O FC Porto instaurou-se nos últimos dois terços do terreno não deixando espaço aos Colombianos para demonstrarem o seu futebol. No entanto é importante realçar as dificuldades da equipa em furar as barreiras defensivas do adversário, sendo que o golo de Danilo não foi mais do que um rasgo de génio do Brasileiro. Um golo em que Danilo vestiu a pele de um extremo por momentos, diagonalizou, fintou e rematou em jeito com aquele que é o seu pior pé.

Licá e Kelvin apareceram de diferente forma no jogo. Licá foi muito interventivo e com uma capacidade de recuperação e de colaborar no processo defensivo muito grande, o que poderá ser uma mais valia numa futuro próximo em que sejam necessários jogadores obrigatoriamente mais solidários e tacticamente disciplinados. Kelvin por outro lado pareceu parte do jogo, aliado a este mesmo, mas sempre que interveio efectuou-o com um critério que não foi visível na temporada passada, a jogar com inteligência, contido no um para um e a procurar preferencialmente diagonalizar o seu futebol seja na procura do remate ou de linhas de passe.

Jackson demonstrou o porquê de ser fundamental num  futebol personalizado de toque e foge como aquele que se vem vendo o Porto a ensaiar. Apareceu muitas vezes a procurar bola bem atrás e a criar espaços onde eles não os existem, reflexo disso foi um remate conseguido nos últimos dez minutos da primeira parte, em que após uma recepção apertada, inventou espaço para um bom remate à baliza adversária.

Na defesa, Helton actuou muitas vezes como um autêntico libero em constantes trocas de bola com os dois centrais e também com os laterais. Otamendi muito esclarecido, muito interveniente na construção de jogo e Abdoulaye a não conceder espaços na frente da área azul e branca. Fica o registo de uma equipa a realizar uma pressão ao adversário um pouco mais perto da grande área mas não deixa de ser curiosa a forma como os centrais rapidamente recuam no início do processo defensivo para fechar as linhas para a baliza naquilo que parecem ser duas linhas distintas de 4 jogadores atrás da linha da bola.

Na segunda parte a equipa pareceu surgir mais esclarecida, com maior definição no seu futebol ofensivo, criando diversas oportunidades em bola corrida junto da área adversária. Foi porém o melhor jogador em campo que voltou a marcar, e de bola parada, por duas vezes. Danilo que esteve a nível defensivo em bom plano, apesar da fraca oposição que encontrou, após um primeiro golo na primeira parte conseguiu aumentar a contagem para três com dois livres directos, junto da esquina do lado esquerdo da grande área adversária.

Durante a restante segunda parte de realçar a continuação de uma boa exibição de parte do triângulo de meio campo, principalmente do incansável Lucho Gonzalez que construiu e foi ainda o primeiro a destruir muitas vezes. 

Josué soube pausar o jogo quando as linhas de passe escassearam e foi um jogador esclarecido no que diz respeito ao papel do pivot neste triângulo invertido que Paulo Fonseca tem vindo a ensaiar para o FC Porto 2013-14. Castro também em bom plano, muito combativo, a construir mas também muito forte como último jogador do meio campo na maior parte do tempo.

Jackson fechou o resultado, perto do final do encontro, com dois pormenores técnicos soberbos:  primeiro, a arrumar o adversário da frente e segundo a fazer o dito chapéu ao Guarda Redes adversário que possivelmente nem terá percebido o que lhe aconteceu.

As substituições permitiram ver um pouco de Herrera, um jogador muito diferente de João Moutinho, apesar de espalhar promessas de qualidade pelo relvado. É preciso ver o Mexicano somar minutos e só aí poderão ser tiradas algumas ilações. Parece no entanto um jogador que gosta de ter a bola no pé e não se esconde da responsabilidade de ser o primeiro construtor de jogo. Ricardo entrou com grande confiança, brilhando no apoio à defesa mas somando dois ou três apontamentos junto à grande área adversária. Reyes, à semelhança de Abdoulaye e Otamendi, não teve trabalho até porque quando entrou encontrou um Millonarios reduzido a 10 unidades. Mangala permitiu somar minutos de descanso ao incansável Alex Sandro. Izmaylov surgiu em bom plano, rápido, a partir para cima dos adversários com aquela capacidade de tratar a bola com um carinho muito especial.

Um bom ensaio. Nota positiva para um relvado que apesar de escorregadio era de facto um relvado em condições, para a equipa Portista, pela frescura física que manteve em clima e altitude adversa, e para a equipa de arbitragem que soube controlar o excesso de impetuosidade dos jogadores Colombianos. Nota negativa para mais um ensaio em que grande parte do jogo enfrentamos uma equipa reduzida a dez, infelizmente uma variante que não podemos controlar.

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2 comentários

  1. Bom jogo de preparação, bom teste apesar dos colombianos terem sido durinhos durante o jogo.
    Quanto aos nossos, grande jogo do Danilo e grandes golos, o Lucho é o nosso motor e o Jackson é o nosso homem golo, aquele golaço é mesmo de lhe tirar o chapéu.

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  2. Este Josué não é o mesmo que saiu do Porto. Não se vêem grandes erros a apontar, sempre bastante presente em todas as manobras da equipa, com uma grrande frescura física e mental. Muito bem no passe, muito bem nos posicionamentos, temos aqui um grande jogador que se calhar vai mesmo fazer esquecer... o Moutinho.

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