Assim, a partir meados de Maio de 2014, aquando da concentração dos atletas em estágio, toda a nossa comunicação social voltará atenções para a selecção portuguesa. A troika, a crise o desemprego serão substituídos pelo Cristiano Ronaldo, por reportagens do Daniel Oliveira sobre as torradas que os jogadores comem ao pequeno-almoço, pelo Cristiano Ronaldo, por inúmeras patetices protagonizadas pelo Nuno Luz, pelo Cristiano Ronaldo e pelo Manuel José a criticar tudo e todos, a ver se ainda alguém se lembra dele para o cargo de seleccionador. Inclusivamente os jornais desportivos irão dar mais importância à risca ao meio do Paulo Bento do que ao título de campeão da pré-temporada do Benfica.
Durante sensivelmente mês e meio, o país vai parar. Eu confesso que me falta uma enorme dose de patriotismo no que à selecção diz respeito. Em primeiro lugar, apoiar com fervor onze indivíduos que vestem de vermelho da cabeça aos pés é como se me estivessem a espetar facas no coração. Em segundo, estou plenamente convicto que a selecção deveria ser constituída apenas por jogadores do Porto, nem que, dada a escassez no plantel principal de atletas nacionais, fosse necessário convocar juniores ou o Rui Barros, que é capaz de correr mais que o Hugo Almeida.
Sendo assim, sou forçado a admitir que o meu portismo se sobrepõe, claramente, ao meu patriotismo. Claro que eu torço pelas vitórias de Portugal e espero que não soframos um único golo. Mas, se o Rui Patrício deixar passar uma bola pelo meio das pernas e o Pepe evitar o golo em cima da linha, eu ficarei ainda mais contente, uma vez que a selecção não sofreu golo e eu ainda posso gozar com o guarda-redes do Sporting. Da mesma forma, será muito mais divertido ver o Cristiano Ronaldo falhar três golos fáceis e ver o Varela marcar na recarga do que ver o próprio Ronaldo a marcá-los, uma vez que o Varela joga no Porto e se o Ronaldo falhar muitos golos pode ser que o João Moutinho ganhe a Bola de Ouro. Pelo menos, o Messi teria um adversário à altura.
Por outro lado, eu desejo que o Brasil se espalhe ao comprido na primeira fase. O Hulk compreenderá que eu não poderei apoiar uma selecção treinada por um indivíduo que preteriu o Vítor Baía por um frangueiro e que não convoca o Danilo e o Alex Sandro. Fiquei também extremamente satisfeito por o Paraguai ter ficado de fora da prova, (incha, Cardozo), e estimo que o melhor marcador do Mundial seja o Maxi Pereira, com 15 golos na própria baliza. Porque o que realmente me vai preocupar em Junho, não é o Mundial. É saber a hora dos amigáveis de pré-temporada do Porto em Julho, para perceber se os vou poder ver, ou não.
@ João
ResponderExcluirbrilhante! e soberbo! são (só) dois adjectivos que ficam aquém do que efectivamente é o teu post.
e também eu prefiro o meu portismo ao "patriotismo bacoco" da Selecção - excepto para quem é emigrante, claro!
mais: para mim, o emblema da FPF não se sobreporá, nunca!, à bandeira nacional.
ps1:
adorei a piada do Moutinho.
ps2:
Paraguai = Larissa Riquelme
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
abr@ço (e Fortuna para logo mais)
Miguel | Tomo II