[Liga Europa] FC Porto 1 - 0 Sevilha




Não tenho memória de uma equipa do FC Porto tão bipolar como a versão 2013/14. É caso para dizer que há um FC Porto das Taças e um FC Porto do Campeonato. Quando é que a equipa que ontem entrou em campo perdia com Nacional, Marítimo ou até Estoril e Sporting? Mesmo assim uma segunda parte à quem das expectativas é o alerta de que nem tudo está ultrapassado.
Com a toalha atirada ao chão no campeonato resta acreditar que haverá doravante o discernimento de apostar devidamente nas taças e fazer os possíveis e impossíveis para tentar amealhar mais duas ou três taças até ao fim da época.

Falando do jogo propriamente dito, pecou pelo resultado que foi curto, curtinho, curtíssimo! E foi uma pena não ter dado para mais porque de facto era o mais justo. Quaresma passou de novo de vilão a herói e alistou-se oficialmente na lista de espera para o Panteão do FC Porto com uma afirmação no mínimo pragmática. Mangala vai cada vez mais merecendo a braçadeira que lhe vem sendo entregue e Reyes, quem diria(!), continua a crescer e marcar passo.


  • A dupla de centrais: Numa época em que venho criticando jogo após jogo a ineficácia, a desconcentração e o perdularismo das duplas de centrais que alinham pelo Porto é caso para dizer que pela primeira vez começa a emergir uma dupla capaz de dar alguma confiança aos adeptos apesar da tenra idade. Mangala e Reyes são opostos perfeitos que se complementam muito bem. A força e a intensidade face a inteligência e cultura táctica. Será uma pena não ter a oportunidade de ver esta dupla crescer junta durante mais uma temporada mais dificilmente os tubarões deixarão Mangala ficar mais um ano no Dragão.
  • Defour: Está a atravessar provavelmente o melhor momento de azul e branco. A encher o meio campo a incutir velocidade. É um jogador diferente quando não tem tantas preocupações defensivas, é mais vertical e menos horizontal. Por outro lado continuamos sem perceber se Defour beneficia mais de jogador ao lado de um jogador mais físico como Herrera, um puro dez como Quintero, ou um jogador intermédio como Carlos Eduardo e Josué.

  • Fernando e um vermelho desnecessário: Se nos quiseram fazer a cama e privar de dois dos nossos mais valiosos jogadores porque é que lhes facilitaste a tarefa Fernando? Vermelho infantil e desnecessário. Não é o primeiro...
  • Uma segunda parte à Fonseca: Quando a primeira parte deixou água na boca, quando parecia eminente o arranque para a goleada eis que na segunda parte é completado um glorioso anti-climax. Acabou-se a criatividade, a energia e até a vontade. A equipa deixou de conseguir ameaçar, pelo menos actuando em bloco, e só rasgos de criatividade foram ameaçando Beto que diga-se fez uma bela exibição.
  • As bolas paradas: Quaresma parece que é agora o Sumo Pontífice da marcação de qualquer bola parada possível e imaginável excepção feita talvez aos pontapés de baliza em que ainda quem reina é Fabiano. O Cigano anda com o pé quente mas quando está num jogo "não" é certo que não importa o número de tentativas o resultado tenderá a ser sempre o mesmo. Quintero tem talento, Danilo também o tem. É hora de dar a oportunidade os "miúdos" e permitir que mostrem o que valem.
  • A exaustão nas laterais: Nem Danilo ou Alex Sandro que "gritam" por descanso, nem Quaresma ou Varela que não tem energia para fazer de lateral e de extremo permitem nesta altura que o FC Porto garanta 90 minutos de grande intensidade a jogar pela linha. Se ao centro a equipa ainda se está a tentar encontrar as laterais já demonstraram que sozinhas não fazem milagres.



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