Neste último fim-de-semana a equipa do
Futebol Clube do Porto mostrou estar viva e de boa saúde, premiando
todos os adeptos com uma vitória categórica, expressiva e
fundamental num clássico, a primeira esta época. E também a
primeira que pode realmente trazer à equipa uma vantagem
motivacional para encarar o que ainda falta jogar das três
competições em que estamos inseridos, já que as duas últimas
vitórias diante do Benfica a época passada acabaram por saber a
muito pouco, principalmente no contexto em que as mesmas tiveram lugar. Em
condições normais, este seria um jogo em que o Porto se considerava
como largamente favorito, sem que o domínio que se verificou
surpreendesse muita gente, mas devido a um leão que ruge muito, mas
assusta pouco, os três golos e os três pontos ganham um sabor ainda
mais especial para todos os portistas. Depois de há quatro meses
atrás, numa fatídica tarde de sábado, o nosso clube ter falhado a
qualificação na Taça de Portugal diante deste mesmo Sporting em
pleno Estádio do Dragão, depois das constantes provocações à
equipa e direcção do Porto dirigidas quase em uníssono por Bruno
de Carvalho, os planos da Sport TV aquando do segundo e terceiro golo
de Tello trazem-nos uma sensação kármica que já merecíamos há
muito experienciar. E depois de dizimarmos o Sporting (e desta vez
sim, a palavra ''dizimar'' tem algum sentido face ao que aconteceu),
de facto só eles sabem porque não ficam em casa. O resultado era o
mesmo.
Todo este êxtase, toda esta crença e
todos estes elogios de pouco valerão caso a equipa não passe em
Braga e hipoteque de vez a possibilidade de chegar ao primeiro lugar
na liga, mas Julen Lopetegui parece ganhar um consenso cada vez mais
assumido relativo à sua capacidade tanto actual como futura de
orientar o Porto, e é sem dúvida uma das figuras da equipa que mais
merecia conhecer o sabor da vitória num jogo diante de um rival
directo, vitória essa na qual tem a principal responsabilidade. A
equipa mostrou ter a lição bem estudada e pese embora uma fase
inicial menos conseguida, foi claro que todos os jogadores tinham em
mente a importância deste jogo, a importância desta vitória e do
aplauso que fizeram por merecer no fim do jogo.
É já a sexta partida com Maicon e
Marcano em que o Porto apenas sofreu um golo, em Basileia, pese
embora o pouco consenso que reúne esta dupla, sobretudo tendo que
prescindir de Martins Indi. Alex Sandro cresce a olhos vistos e
recordações daquele que muitas vezes apelidamos como o melhor
lateral esquerdo do mundo voltam a pairar no ar. No meio-campo,
Casemiro dá cada vez mais a entender que já não é o jogador que a
maior parte dos adeptos queria que tivesse regressado ao Real Madrid
em Janeiro e parte da segurança defensiva que temos ostentado passa
pela sua capacidade de recuperação, que tem sido claramente mais
efectiva nos últimos tempos. Ainda assim, as duas principais ilações
que tiro do jogo de domingo encontram-se mais à frente no terreno: a
importância e preponderância que “este” Cristian Tello pode ter
no que ainda falta jogar desta época e, confiando nas palavras do
seu empresário, na totalidade da próxima - um jogador que percebe
os tempos de desmarcação e dos passes dos colegas, e letal como
nunca tinha sido até agora; e o jogo estrondoso de Evandro, que
conseguiu fazer-me acreditar que a impossibilidade da continuidade de
Óliver Torres no nosso plantel será não mais que uma pedra no
sapato, ao contrário do que fomos vaticinando durante toda a época.
Outras notas que servem na perfeição
para corroborar o título do texto são as vitórias da equipa B e
dos juniores do Porto. Depois da razia a que fomos sujeitos por parte
do prestigiado e internacional árbitro Tiago Martins no jogo diante
do Oriental, a equipa foi capaz de assegurar uma boa vitória por 3-2
diante do Beira-Mar, permanecendo assim no nono lugar, a dez pontos
do líder, o Chaves. Boa surpresa a de Roniel, jogador que parece
merecer uma maior atenção de Luís Castro, e a confirmação de
dois importantes valores da formação: Rafa, lateral-esquerdo que
tem teimado em dificultar o seu salto para voos mais condizentes com
o seu potencial e que terá sido neste jogo um dos melhores em campo
e Fréd, extremo que tem contrariado os críticos (nos quais me
incluo) marcado mais um golo – e já são 8 nesta segunda liga –
e começando a alimentar a esperança de conseguir por ventura
alcançar a primeira divisão, mesmo que não o faça pelas nossas
mãos. A equipa secundária venceu também hoje o Norwich por 1-2 em
jogo a contar para a Premier League International Cup que nos coloca
assim nos quartos-de-final da competição, onde vamos defrontar o
Athletic de Bilbao, com data ainda a definir.
Nos juniores, vitória extremamente
importante diante do Rio Ave que nos coloca com seis pontos no topo
da tabela e com boa vantagem diante daqueles que serão em condições
normais os nossos rivais directos, Sporting e Benfica. No próximo
fim-de-semana a visita ao Seixal será o nosso primeiro teste a sério
nesta fase final, antes da deslocação à Bélgica para defrontar o
Anderlecht, em jogo a contar para os quartos-de-final da Youth
League.
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